São Paulo, 4 – O presidente do Conselho Nacional do Café (CNC), Gilson Ximenes, considerou hoje que as propostas de apoio à cafeicultura, que serão encaminhadas pelo Ministério da Agricultura à reunião extraordinária do Conselho Monetário Nacional (CMN), podem contribuir para sustentar os preços do grãos. “Mas as medidas precisam sair rápido”, afirmou.
Ontem o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, antecipou que oito propostas para o setor do café serão encaminhados à reunião do CMN, prometida para semana que vem.
Entre eles, está a prorrogação por quatro anos das dívidas de custeio e colheita que vencem de setembro a março do ano que vem e também o alongamento dos financiamentos de Cédula de Produto Rural (CPR) pelo mesmo prazo. O governo pretende, ainda, formar estoque de 10 milhões de sacas de café, por meio de compra direta.
Conforme Ximenes, as medidas não atendem todas as reivindicações do setor, principalmente com relação a preço e prazo. Segundo ele, quatro anos de prazo é pouco. O governo utilizará o preço mínimo de R$ 261,69 a saca de 60 kg (café arábica) como referência para pagar pelo café e para fazer a troca do financiamento por produto. “Nessa base de preço, o governo não vai comprar 1 grama de café”, garantiu Ximenes. Ele observou, no entanto, que as propostas trazem alívio para os produtores, reduzindo a pressão de venda, em pleno final de colheita da safra. “As medidas ajudam muito, desde que saiam rápido”,disse.