Pesquisadores da Embrapa Café participam de esforço para renovação das lavouras em São José do Calçado, ES


O 9° Simpósio Regional dos Cafeicultores da Região
do Caparaó, realizado em São José do Calçado, ES, reuniu renomes nacionais da
área da cafeicultura. Com o tema “Café – suas perspectivas e desafios”,
aproximadamente 400 produtores do entorno do Caparaó participaram do evento. O
Simpósio foi realizado, nos dias 27 e 28 últimos, com a promoção do Centro de
Desenvolvimento Tecnológico do Café (Cetcaf), da Prefeitura de São José do
Calçado e do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão
Rural (Incaper), uma das instituições fundadoras do Consórcio Brasileiro de
Pesquisa e Desenvolvimento do Café, cujo programa de pesquisa é coordenado pela
Embrapa Café.


A abertura oficial do evento aconteceu no Parque de Exposição Divinéia, na
quinta-feira (27), com a presença de autoridades municipais e estaduais. Na
oportunidade, o diretor-presidente do Incaper, Evair Vieira de Melo, assinou um
convênio de cooperação técnica com a Prefeitura para ampliar as ações de
assistência técnica no município.


Evair de Melo afirma que o produtor precisa renovar seus ideais, ter
disposição para mudar. “Mais do que renovar a cafeicultura, é necessário que o
produtor repense o seu trabalho e tenha vontade de melhorar. “As tecnologias do
Incaper previstas podem impulsionar o desenvolvimento da atividade cafeeira. Com
a implementação do programa vamos aumentar a produtividade e a qualidade de
café. Estamos contribuindo para o desenvolvimento social e econômico dos
municípios produtores”, destaca Evair.


De acordo com o prefeito de São José do Calçado, José Carlos Almeida, o
município tem vontade de se recolocar como um grande produtor de café. “Queremos
voltar a ser fortes produtores, e os cafeicultores podem contar com a
prefeitura, com Incaper e com o Cetcaf para expandir sua produtividade e
qualidade”.


Segundo o superintendente do Cetcaf, Frederico Daher, o encontro tem o
diferencial de trazer informações tecnológicas e de mercado. “O preço do arábica
recuou e as lavouras estão com produtividade baixa. Por isso, é importante
mostrar aos produtores alternativas para ter sucesso, mesmo diante desse
cenário”.


O presidente do Cetcaf, Dário Martinelli, disse que a cafeicultura tem
avançado nas pesquisas, mas muitos produtores ainda não praticam as técnicas. “O
arábica tem um pacote tecnológico desenvolvido pelo Incaper, mas alguns
produtores estão com dúvidas. O encontro tem o objetivo de difundir, de
convencer o produtor a substituir sua lavoura. O produtor precisa de coragem, de
incentivos para mudar”.


Programa Renovar Arábica


 

  
Questões ambientais e
trabalhistas da produção, as perspectivas do mercado de café e a melhoria da
qualidade do produto foram discutidas no segundo dia do simpósio. O Programa
‘Renovar Arábica’ também é um assunto de destaque, já que mais da metade da
produção do café arábica capixaba se concentra na região do Caparaó. O programa
tem como meta aumentar a produtividade, por meio do uso de variedades de café
adaptadas à região e técnicas que garantam melhoria da qualidade.


Na programação, como parte das discussões sobre Produção e Perspectivas do
Mercado do Café, a pesquisadora da Embrapa Café/Incaper, Maria Amélia Gava
Ferrão, fez uma palestra sobre as pesquisas e estudos que resultaram no Programa
‘Renovar Arábica’. Ela falou, também, sobre o Programa Nacional de Pesquisa
Cafeeira e as responsabilidades do Consórcio Brasileiro de Pesquisa e
Desenvolvimento do Café dentro desse programa.


 


Café de qualidade



O membro da Sociedade Rural Brasileira e liderança respeitada da cafeicultura
no Brasil, Luiz Suplicy Haffers fez uma palestra de motivação na abertura do
evento sobre “Valorização da Cafeicultura Familiar”.


Luiz Haffers destacou o imaginário que o café representa. “O café está
relacionado ao prazer, à prosa, ao sabor, à união, à amizade. Mas a cafeicultura
familiar precisa ser ótima, a boa não é suficiente. Vocês precisam ter
produtividade e orgulho de ser cafeicultor. Esse é o grande desafio. Vale mais o
saber do que o ter. E é esse saber que precisa ser conquistado e executado.
Vocês têm o Incaper e o Cetcaf para transferir para vocês um enorme conhecimento
técnico”.


Haffers mostrou as vantagens de ser pequeno produtor. “Vocês têm à mão toda a
tecnologia necessária, têm crédito e a mão de obra. Falta decisão, maior esforço
e, principalmente, convicção. Que vocês tenham determinação para se transformar
em ótimos cafeicultores. E a propriedade familiar é a chave para esse novo
desenvolvimento”, afirmou.


Em relação ao preço, Haffers é otimista para aqueles produtores que se
dedicam. “Vejo que teremos melhor remuneração pela qualidade. O nosso café é
muito bom, mas pode ser melhor”.


Lorena Fraga (MTb 1983/ES)
lorenafraga@incaper.es.gov.br

Tel.: (27) 3137-9868 / 3137-9888 / 9850-2210

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