No café, a Língua é capaz de avaliar e classificar, segundo a qualidade e origem, detectar adulterações nos produtos comercializados e monitorar a consistência de paladar e qualidade dos produtos produzidos no país. Já é possível, por exemplo, diferencia
No café, a Língua é capaz de avaliar e classificar, segundo a qualidade e origem, detectar adulterações nos produtos comercializados e monitorar a consistência de paladar e qualidade dos produtos produzidos no país. Já é possível, por exemplo, diferenciar e classificar todos os cafés analisados, como blends de arábica e robusta, cafés comerciais tradicionais, superior e gourmet, solúvel e descafeinado. O evento é uma grande oportunidade para conhecer o equipamento em funcionamento.
A Língua Eletrônica foi desenvolvida pela Embrapa Instrumentação Agropecuária, (São Carlos –SP), unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, em parceria com a Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, e representa um avanço no controle de qualidade para a indústria alimentícia, vinícolas, estações de tratamento de água e, possivelmente, na indústria farmacêutica.
O sensor permite com rapidez, precisão, simplicidade e a um custo baixo, verificar a qualidade da água, a presença de contaminantes, pesticidas, substâncias húmicas e metais pesados. A Língua Eletrônica diferencia sem dificuldade os padrões básicos de paladar, doce, salgado, azedo e amargo, em concentrações abaixo do limite de detecção do ser humano. O sistema também apresenta excelentes resultados na diferenciação de bebidas com o mesmo paladar, sendo possível distinguir diferentes tipos de vinho, café, chá e água mineral.
Hoje, os testes para avaliação do paladar de bebidas são feitos por degustadores, enquanto que a avaliação de água é feita por análise química em laboratório e são bastante demorados. Com a Língua Eletrônica é possível fazer testes contínuos na linha de produção em tempo real e em segundos. O equipamento é uma ferramenta para auxiliar o degustador, permitindo medidas contínuas e de maior precisão. A Língua Eletrônica é formada por um conjunto específico de plásticos que conduzem eletricidade e que são sensíveis às substâncias responsáveis pelos diferentes tipos de paladar.
Para o chefe-geral da Embrapa Instrumentação, Ladislau Martin Neto, o sensor é um dos raros exemplos de resultados da nanotecnologia no Brasil, uma área inovadora e que promete revolucionar vários setores da economia, da indústria ao agronegócio. “A exposição da Língua Eletrônica na Feipecus em funcionamento e fazendo análise ao vivo, visa demonstrar a capacidade já existente em nanotecnologia na Embrapa e as perspectivas concretas de gerar outras tecnologias de interesse de produtores e agroindústrias”.
O chefe-geral cita, por exemplo, a aplicação na liberação controlada de medicamentos veterinários, reduzindo custos e melhorando os produtos de origem animal. “É uma das promessas da nanotecnologia e na qual a Embrapa quer investir”.
O público ainda terá a oportunidade de conhecer na feira o sistema da Fossa Séptica Biodigestora, os aparelhos de ultra-som para detecção de prenhez em grandes e pequenos animais, além da apresentação da peça teatral no sábado, 29, sobre a revista Papo-Cabeça.
Joana Silva (MTb 19554)
Embrapa Instrumentação Agropecuária
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