06/08/09 – A valorização do câmbio trouxe à tona teorias que prezam pelo controle cambial e pela substituição das exportações brasileiras de commodities por produtos industrializados. Para o economista André Sacconato, da Tendências, essas ideias são “envelhecidas”.
“Novamente o câmbio virou a solução de todos os problemas brasileiros. Essa visão simplista e superficial encobre nosso verdadeiro problema, que é um Estado custoso e ineficiente”, afirma Sacconato.
Para ele, a implementação de uma política de controle cambial pode afugentar os investidores externos. O motivo é que a decisão pode gerar uma interpretação de que outras medidas de restrição podem ser implementadas no país.
“Por que um investidor, que tem várias opções de países para colocar seus recursos, vai escolher um país que retém, por certo período, seu recurso aqui, ainda mais em meio à uma crise”, questiona o economista.
Para ele, a substituição das exportações brasileiras de commodities por manufaturados não é viável no curto prazo. A exportação massificada de produtos de alta tecnologia pelo país depende de investimentos que levarão anos para amadurecer e garantir ao Brasil uma vantagem competitiva nesse mercado, diz.
Sacconato defende, portanto, que o Brasil exporte produtos nos quais tem vantagem comparativa em relação aos outros países, como as commodities.
“O país deve brigar por um Estado que não onere e torne custoso exportar. E não por um sentimento superficial de força no mercado externo.”