Minas avança mais que país e vendas externas de café cresceu 62%

Exportações do estado cresceram 44%, enquanto a expansão nacional ficou em 8,9% até setembro

24 de outubro de 2005 | Sem comentários Comércio Exportação
Por: Estado de Minas por Karla Mendes

As exportações
do agronegócio mineiro estão crescendo mais que a média nacional. De janeiro a
setembro, as exportações do setor cresceram 44,4%, bem superior à expansão média
nacional, de 8,9% no período, conforme levantamento da Federação da Agricultura
e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg). Se esta tendência se mantiver nos
próximos três meses, a entidade acredita que as exportações de Minas de produtos
agropecuários deverão superar US$ 3,1 bilhões, contra US$ 2,6 bilhões do ano
passado.

O café, mais uma vez, é o grande destaque das exportações do
estado. Com a melhoria das cotações, a receita gerada pelas vendas externas de
café cresceu 62% de janeiro a setembro, em comparação com
igual período do ano passado, atingindo US$ 1,3 bilhão. O volume exportado teve
apenas um ligeiro crescimento de 2%, somando 709 mil toneladas. Sérgio Avellar,
assessor econômico da Faemg, aponta que a situação de Minas é peculiar em
relação ao resto do país por causa do café. Ele explica que, em Minas, o
café representa mais de 50%
das exportações. E como o produto teve valorização de mais de 59% este ano,
acabou compensando a desvalorização cambial e assegurando a força do agronegócio
no estado. “No Brasil, o café não tem tanto peso assim. Os destaques
são o complexo soja, que está com preço em queda”, diz. O complexo soja também
registra bons resultados, com aumento de 37% do valor e de 69% do volume
exportado neste ano em Minas.

Por outro lado, produtos que antes vinham
apresentando expansão expressiva, como lácteos e milho, acabaram perdendo
dinamismo este ano, devido à valorização do real diante do dólar. As importações
de leite e laticínios aumentaram 289% de janeiro a setembro, provocando uma
elevação da oferta interna e a conseqüente queda dos preços pagos ao produtor. A
Faemg também está cautelosa em relação aos focos da febre aftosa no Mato Grosso
do Sul. “Os efeitos perversos deste grave problema sanitário certamente
influenciarão negativamente os próximos indicadores econômicos rurais”, aponta
Gilman Viana Rodrigues, presidente da entidade.

Os números da balança
comercial do agronegócio mineiro, no entanto, contrastam com o valor bruto da
produção, com queda projetada de 1,9% no estado, devendo somar R$ 19,9 bilhões
neste ano, contra R$ 20,3 bilhões em 2004, conforme as estatísticas do
Departamento Técnico da Faemg. A retração do indicador foi provocada pela queda
no faturamento dos grãos e da bovinocultura de corte.

Novo
comando


O pecuarista Roberto Simões foi eleito presidente da
Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg). Ele
substitui o também pecuarista Gilman Viana Rodrigues, há 15 anos à frente da
entidade. Do total de 274 votos, 266 foram a favor, sete brancos e um nulo.
Compõem ainda a diretoria-executiva eleita o produtor rural Marcos de Abreu e
Silva, como diretor-secretário, e o cafeicultor João Roberto Puliti, como
diretor-tesoureiro. A solenidade de posse está marcada para 29 de novembro
próximo, às 20 horas, na Serraria Souza Pinto, em Belo
Horizonte

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