07/07/09 – Os preços dos futuros de café arábica mostraram firmeza ontem, ao resistir a pressão provocada pela aversão ao risco que provocou queda no mercado de commodities e nas bolsas de valores. Enquanto o dólar subiu no mercado internacional, o índice de commodities Dow Jones-UBS, composto por uma cesta de 19 produtos, fechou ontem em queda de 2,40%. O petróleo atingiu o menor nível em cinco semanas.
O contrato de café negociado na bolsa ICE Futures, em Nova York, também chegou a recuar ao menor preço em nove semanas, a 114 cents por libra peso (105 pontos abaixo), mas encontrou suporte nas compras de torrefadores e cobertura de posições por parte de investidores de curto prazo que estavam na posição venda.
O vencimento julho em Nova York, fechou cotado a 115,40 cents por libra-peso, em alta de 35 pontos. O contrato setembro fechou a 118,10 cents, em alta de 30 pontos, após oscilar entre a mínima de 116,65 (115 pontos abaixo) e máxima de 120,05 (225 pontos acima).
O vice-presidente da Newedge, Rodrigo Costa, diz que o café demonstrou firmeza, por ter recuperado as perdas “num dia em tudo desmoronou”. Ele explicou que o movimento de liquidação de posições dos especuladores ocorreu logo cedo, mas a fixações dos torrefadores e a cobertura dos investidores de curto prazo neutralizaram as perdas.
No mercado interno, o ritmo de negócios continua lento, pois os valores oferecidos pelos exportadores não animam os cafeicultores, que ainda tem na memória os preços R$ 30 acima praticados há menos de 40 dias. As propostas atuais estão na faixa dos R$ 245.
Um corretor tradicional santista afirmou que os produtores estão aguardando os leilões de opção de venda do governo, que contribuirão para dar sustentação aos preços. O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, anunciou ontem à noite que o primeiro leilão deve acontecer na próxima semana e o aviso deve ser publicado no Diário Oficial da União até amanhã.
O corretor explicou que a portaria publicada ontem no Diário Oficial amplia o leque de produtores que podem participar do leilão, ao permitir a entrega de café peneira 13 acima, com até 10% de vazamento. Em muitos fazendas, diz ele, os produtores conseguem este padrão logo após a colheita, sem muita necessidade de preparo.
As exportações de café na safra 2008/09 atingiram o volume recorde de 31.380.505 sacas e a receita cambial ficou em US$ 4.645.557. Os dados foram divulgados ontem à noite pelo Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafe). Segundo a entidade, o desempenho superou o recorde anterior, registrado na safra 2002/03, quando o Brasil colheu 48,48 milhões de sacas de café e exportou 29.488.956 sacas, para uma receita de US$ 1.533.196.