Associações dos Cafeicultores do Cerrado (Caccer), com o apoio do Sebrae Minas e
da Specialty Coffee Association of America (Associação Americana de Cafés
Especiais), premiou os melhores produtos da região conhecida como a que colhe o
melhor café brasileiro. A Fazenda
Cruz Branca, de Carlo Diamante, em Estrela do Sul, foi a primeira colocada na
série natural. Eduardo Eustáquio de Andrade, da Fazenda Paiolinho, de Carmo do
Paranaíba, conquistou o primeiro lugar na série cereja descascada.
Durante quatro dias, 20 juízes vindos dos Estados Unidos, Japão, Coréia
do Sul e Espanha escolheram os melhores lotes produzidos na região demarcada do
cerrado mineiro na safra de 2005. Foram organizadas duas séries distintas de
premiação, de acordo com o processo de preparação da pós-colheita: natural e
cereja descascada. A premiação foi feita no dia 7 de outubro, em Patrocínio,
Minas Gerais.
O prêmio, que tem o objetivo de identificar os melhores
cafés da safra, já está em
sua terceira edição anual. ‘Com a presença dos juízes internacionais, abrimos um
mercado importante porque eles se tornam compradores’, explica o diretor de
Marketing e Qualidade do Caccer, Ensei Uejo Neto.
O preço médio da saca
de 60 quilos de café é de US$
120, e os cinco melhores lotes escolhidos pelo juri têm garantida a venda por
US$ 320, no caso do natural, e US$ 380, para o cereja descascada. ‘Esse produto
será vendido para o consumidor final como um café premiado’, afirma Ensei Uejo Neto.
Atualmente, apenas torrefadeiras estrangeiras compram os cafés premiados da região, mas indústrias
nacionais já manifestaram o interesse de participar das próximas edições.
Segundo o diretor do Caccer, fazendas de todos os portes mandam suas
amostras para o Prêmio. ‘Para produzir um bom café dentro das condições da região, a
melhor tecnologia é o capricho, o respeito aos tempos da lavoura, ao processo de
seca’, acredita. Neste ano, foram provados 250 lotes de café, já selecionados pelos sindicatos das
cidades demarcadas como produtoras do Café do Cerrado.
O prêmio faz
parte do projeto que utiliza a metodologia de Gestão Estratégica Orientada para
Resultados (Geor), desenvolvido pelo Sebrae em parceria com o Caccer. O
principal foco da iniciativa é a criação da certificação de origem para o
produto da região. Além disso, os 500 produtores de café, filiados às duas entidades, passam
por programas de qualificação gerencial e de produtividade. ‘Produzir a
commoditie café está se
tornando inviável. O produto tem que se diferenciar para que seja rentável’,
explica o coordenador dos projetos de café do Sebrae em Minas, Ruy Xavier.