O apetite desperta só de olhar para as travessas e cestas cheias de saborosas tentações. O aroma e a textura dos produtos da colônia completam o encatamento
Juliana Fontanella
jufontanella@odiariomaringa.com.br
Mesa farta como no tempo dos nossos avós combina com a nova estação. O frio pede um lanche caprichado e a inspiração para a mesa farta está nos cafés coloniais que alimentavam os imigrantes com receitas trazidas de diversos cantos do mundo. A ousadia de combinações fica a cargo de quem prepara a mesa. Ideal para o domingo, para comer sem pressa, esta refeição pode substituir o café da manhã ou o brunch (café-almoço).
Tradição
O café colonial original era preparado para sustentar a dura jornada do campo quando os imigrantes plantavam e colhiam manualmente. Tradicional é servido em diversas regiões do Brasil e, nas cidades com colonização alemã e italiana, o cardápio original é mantido pelos descendentes.
Considerado um patrimônio cultural herdado dos colonizadores, o café colonial é uma refeição composta de pães variados, manteiga, queijos, schmier (geleia), bolos, presunto, salames, embutidos, leite, café, chocolate quente, chá, vinho, salsicha bock (típica alemã) ou linguiça toscana, cuca, carne de porco, rosca, biscoitos, queijo kaschimier (tipo cottage e tradicional no café colonial alemão) e mel, entre outros.
A lista de ingredientes também leva bolos, tortas doces e salgadas, biscoitinhos e outros petiscos bastante calóricos. Inclui até misturas com frutas. A maioria dos produtos é artesanal e de produção caseira. O professor de Gastronomia do Cesumar, Fabiano de Almeida Castro, especialista em panificação e confeitaria, diz que nas cidades em que a população é de origem alemã ainda conserva-se o costume de servir um farto café da tarde aos domingos.
Castro explica que o turismo fez perdurar essa tradição. “Para receber bem viajantes e turistas que chegavam tarde da noite nas cidades onde não havia hotéis ou mesmo restaurantes, alguns colonos prontificavam-se a atender estas pessoas. As famílias ofereciam hospedagem e dispunham na mesa o que tinham de melhor para ofertar”, explica Fabiano.
Personalizado
Para saborear um cardápio original sem ter que ir para a cozinha, a dica é aproveitar as férias e visitar pousadas de serra ou experimentar um dos clássicos cafés coloniais sulistas. Em casa, o café da tarde pode ser montado com o que está disponível e itens especiais, comprados em confeitarias ou feitos sob encomenda.
Em Maringá, baguetes recheadas, bolos especiais, minicroissants e tarteletes são as sugestões de Reinaldo Barbosa, do Café Cremoso. “Nesta época do ano, temos receitas juninas como bolo de milho, de fubá cremoso e amendoim. Também pode-se encomendar tortas, salgadinhos e quiches”, diz.
No Machiatto Café é possível incrementar o café colonial com os bolos individuais, chamados pela casa de “petit” delícia, de sabores variados, além de folhados, tortas doces e empadões.
“Nós também sugerimos as mini-éclairs (bombinhas) de maçã caramelada, um carro-chefe da casa, e o nosso mais novo cheesecake, de amêndoa e caramelo, perfeito para o inverno”, afirma Renata Otttoboni Pavan.
Entre as receitas tradicionais da Confeitaria Holandesa, Márcia Regina Ferreira sugere opções típicas de dias frios como quiches e cheescakes que podem ser feitos em tamanho grande ou em porções individuais, salgadinhos variados e tortas doces, como a de macadâmia, ferrero rocher e sensação. “O bolo de fubá com goiabada, o strudel de maçã e os empadões de diversos recheios saem muito bem e combinam com o clima do café colonial”, diz.
Para aproveitar bem as dicas de café colonial, desligue a TV, o telefone, reúna a família e passe horas à mesa, conversando e provando um pouco de tudo.