Produtores de café de todo o país irão participar de uma audiência
pública em Brasília, na próxima terça-feira, para exigir respostas às
reivindicações feitas durante o SOS cafeicultura, que aconteceu em Varginha, no
mês de março. Segundo o deputado federal Carlos Melles, um dos organizadores do
evento, a desgovernança com a cafeicultura é uma das causas do manifesto. “É um
absurdo o Brasil produzir 40 milhões de sacas de café e a Colômbia apenas 12
milhões, mas ser cotado apenas o café da Colômbia na Bolsa de Nova Iorque…
Esse é um dos motivos da audiência que estamos pedindo, porque mostra a
desgovernança do café. Não tem governo olhando o café”.
Quanto ao adiamento do primeiro leilão de opção de café, devido a uma
informação errada nas especificações do produto, Melles comenta: “Eu prefiro
dizer que foi um equivoco para não dizer que houve má fé. O ministro Reinhold
Stephanes foi desinformado do que estava acontecendo. O leilão atrasa agora uma
semana porque colocaram na especificação do leilão, de má fé ou não, um café que
não existe: zero de vazamento de peneira 14. Você imagina que a BM&F aceita
um café de peneira 13 com até 10% de vazamento. Quem conhece disso, entende do
que estou falando”.
O deputado diz ainda que este governo não está se esforçando para ajudar a
cafeicultura brasileira. “Eu nunca vi, em meus 16 anos na vida pública, uma
insensibilidade política com o café como estou vendo agora”. Hoje o Brasil tem
320 mil produtores de café que geram dois milhões de empregos diretos e oito
milhões indiretos. “Um país que é o maior produtor e o segundo maior consumidor
de café, caminhando para ser o primeiro, mas que não dita a política mundial
para o café, não merece ser o maior. Falta responsabilidade política com o
produto”