12/06/2009 – O ritmo dos negócios com café no Brasil melhorou no mês de maio no período em que as cotações internacionais deram uma reagida, e que isso veio a se refletir nos preços do grão no país.
Entretanto, o fluxo ainda segue abaixo do registrado em igual período do ano passado, tanto para a safra nova 2009/10, quanto para a safra 2008/09. A comercialização da safra nova de café do Brasil 2009/10 (julho/junho) está em 17% do total.
O dado faz parte de levantamento de SAFRAS & Mercado, com base em informações colhidas até 31 de maio.
O ritmo dos negócios está abaixo de igual período de 2008, quando 24% da safra 2008/09 estava comercializada.
Assim, já foram comercializadas 7,24 milhões de sacas, tomando-se por base a estimativa de SAFRAS & Mercado, de uma safra 2009/10 de café brasileira de 42,45 milhões de sacas. Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Gil Barabach, as vendas com safra nova ganharam mais intensidade em maio.
A necessidade de caixa para cobrir custos de colheita e a sensibilidade de que o mercado poderia recuar, em função da chegada de produto novo, levou mais produtores ao mercado, ainda mais com a reação das cotações no último mês de maio.
O preço não atingiu o almejado R$ 300 na CPR, mas chegou a R$ 280, o que dentro da atual circunstância estimulou a venda, avaliou. Quanto a safra velha, a comercialização da produção de café do Brasil 2008/09 (julho/junho) encontra-se em 93% do total, de acordo com SAFRAS, até 31 de maio.
Em igual período do ano passado, 97% da safra 2007/08 estava comercializada.
Ao final de abril de 2009, como comparação, 91% da safra estava comprometida.
Com isso, já foram vendidas 47,55 milhões de sacas de 60 quilos, levando-se em conta a estimativa de SAFRAS & Mercado, de uma safra 2008/09 de café brasileira de 50,90 milhões de sacas. Para Barabach, ao longo de maio, o produtor assumiu uma postura mais agressiva, aproveitando a alta dos preços e antecipando-se à chegada da safra nova.
Mas houve um descompasso entre interesse de compra, focado na safra nova, e dos vendedores, mais concentrados no café da safra 2008, que dificultou um melhor andamento da comercialização. Colheita Já a colheita de café da safra brasileira 2009/10 está em 25% do total a ser produzido, até 09 de junho, também segundo levantamento de SAFRAS & Mercado. A colheita está adiantada em relação a igual período do ano passado, quando 20% da safra 2008/09 estava colhida nesta época.
Tomando por base a estimativa de SAFRAS para a produção de café do Brasil em 2008/09, de 42,45 milhões de sacas de 60 quilos, é apontado que foram colhidas 10,45 milhões de sacas. O analista de SAFRAS indica que o clima tem colaborado nesse começo de safra.
A pouca chuva favorece os trabalhos de retirada dos frutos dos pés e também facilita a secagem, o que leva a um adiantamento no beneficiamento.
Além da colheita, o clima colabora com a qualidade da bebida.
É claro que os primeiros lotes de café que aparecem no mercado, na maioria das vezes devido à colheita precoce e antes do tempo, são marcados por um elevado percentual de catação.
Descontando isso, o que se nota é que o café está bem granado, o que representa uma peneira maior e leva a surpresas positivas no rendimento, com produtor obtendo mais sacas de café beneficiado por saca em coco, conclui. (LC)