08/06/2009 – A produção de café para a safra 2009/10 na área total geral de abrangência da Cooparaiso (Cooperativa Regional dos Cafeicultores de São Sebastião do Paraíso) deverá ser de 3.233.598 de sacas segundo estimativas apuradas em abril deste ano.
Segundo o engenheiro agrônomo, Marcelo Moura Almeida o volume é 8% maior a previsão realizada em novembro do ano passado.
As informações partem do Jornal do Sudoeste, segundo noticiou o Coffee Break. Marcelo destacou que a colheita está apenas começando.
“No entanto estamos notando uma grande oferta de mão-de-obra que só na nossa região deve movimentar diretamente cerca de 4.500 trabalhadores.
Ao mesmo tempo temos percebido também em algumas áreas o crescimento do emprego da colheita mecanizada”, ressaltou.
Devido à crise mundial e os efeitos sobre os preços do café, com a considerada baixa remuneração e os altos custos de produção, a utilização de adubos e defensivos caiu 50% na região de atuação da Cooparaíso.
De acordo com Marcelo Almeida, que é gerente do Departamento de Gestão do Agronegócio da cooperativa as vendas de adubos caíram 40% na temporada no Sul de Minas Gerais, com os produtores usando de 40% a 50% menos adubos.
Já o uso de defensivos granulados caiu 50%.
Isso ocorre diante da descapitalização do produtor e dos custos elevados com recentes aumentos nos preços dos insumos.
Apesar deste cenário e também em observância ao ciclo da bienalidade da cultura do café com um ano de maior e outro de menor produtividade os valores apurados até o momento podem ser considerados satisfatórios.
No ano passado em toda área geral da Cooparaiso o fechamento da safra ficou em 4.570.994.
Somente no município paraisense foram 290 mil sacas, volume que é superado por Monte Santo de Minas e Ibiraci, que ficaram com 300 mil cada.
A cobertura da Cooparaiso é dividida em três áreas distintas, sendo uma região composta por 30 municípios do Sul e Sudoeste Mineiro que no ano passado colheu 2.751.090 sacas.
Para este ano, a previsão nesta mesma área é de que sejam colhidas 1.679.400.
A cooperativa também atua em outros sete municípios da chamada Mogiana Paulista, onde existe a estimativa de colheita de 259 mil sacas ante as 542.100 obtidas em 2008.
Há ainda outras duas regiões de abrangência, com mais sete cidades localizadas entre o Leste de Minas e Zona da Mata e região de Alegre no Espírito Santo. Na primeira área estima-se colher 443 mil sacas, enquanto que na segunda o volume deve chegar a casa dos 852.198 sacas. Trabalho De acordo com Marcelo Almeida a colheita na região está apenas começando, sendo que já existe um volume de 20% já colhido.
A apanha de café deverá movimentar os trabalhadores rurais.
Somente em Paraíso é estimado que a atividade deva gerar 4.400 empregos diretos, enquanto que no Sul de Minas totaliza 45 mil trabalhadores.
Já em todas as áreas de abrangência da Cooparaíso a quantidade de empregos produzidos salta para 98 mil pessoas por dia, anuncia o engenheiro.
“Neste ano, estamos observando uma maior oferta de mão-de-obra de pessoas e turmeiros de outras regiões, sobretudo do norte de Minas e interior de São Paulo”, destacou. Outra constatação do engenheiro da Cooparaiso é em relação ao uso da colheita mecanizada em algumas áreas da cooperativa.
Almeida estima que entre 60% a 70% da colheita é feita de forma manual.
“No entanto há uma tendência para a mecanização, sendo que 25% a 35% já colhem através de máquinas automotriz e até mesmo utilizam as chamadas derriçadeiras costais”.
Ele destacou que na região de Jacuí o emprego deste equipamento vem crescendo significativamente.
“É um equipamento que ajuda muito o produtor com um rendimento três vezes superior ao trabalho comum, ou seja, se uma pessoa colhe 6 medidas por dia na colheita manual, com este equipamento ele pode chegar a 20 medidas”, comparou.
A expectativa é de que cerca de 250 produtores devam utilizar a colheita feita a máquina.
Em locais onde a colheita é feita com o emprego apenas de pessoas da família a economia é bastante significativa.
“O rendimento do trabalho é maior, gera economia sem trazer prejuízo à planta”. Embora durante a semana as temperaturas tenham caído bastante, não foram registradas geadas de grande relevância na área da Cooparaíso.
“As lavouras localizadas nas regiões de baixadas e próximas a cursos de água sentiram um pouco, mas não teremos grandes perdas significativas”, disse Marcelo.
Enquanto no ano passado a colheita encerrou-se somente na segunda quinzena de outubro, para este ano, com a menor produção, existe a possibilidade de que os trabalhos estejam concluídos até o final de setembro.
Palestras Para orientar os produtores de café sobre o manejo com a produção no momento e pós-colheita, a Cooparaíso está realizando uma série de dia de campo nos municípios da região.
“Já tivemos vários encontros.
Nesta semana foram dois de um total de pelo menos 12 municípios que pretendemos percorrer para levarmos informação a cerca de 1.300 cafeicultores”, salientou.
As palestras são voltadas principalmente para questões de conservação e armazenamento, para que sejam mantidas as qualidades do café produzido. (LC)