O evento cultural, que abrange diversas cidades do interior do Rio, acontece esse ano de 17 a 26 de julho
O Vale do Café, no interior fluminense, se prepara para mais uma edição do consagrado festival cultural em suas fazendas históricas. O projeto, idealizado por Cristina Braga e Turíbio Santos, tem o objetivo de fortalecer o pólo turístico cultural, contribuindo com o desenvolvimento econômico do interior do estado do Rio. Durante esses 10 dias, a região que compreende as cidades de Vassouras, Valença, Rio das Flores, Paty do Alferes, Miguel Pereira, Engenheiro Paulo de Frontin, Paracambi, Mendes, Barra do Piraí, Piraí, Pinheiral, Volta Redonda e Barra Mansa estará de braços abertos para receber os turistas nacionais e internacionais. Os visitantes participarão de palestras, cursos, manifestações populares e assistirão a shows e concertos em igrejas, casarões, praças e fazendas históricas, tendo como fonte de expiração o belo Vale do Paraíba. O público poderá ainda degustar o verdadeiro sabor da comida do interior nos mais diversos restaurantes dessas cidades.
Este ano, grandes artistas nacionais, das mais variadas formações, vão abrilhantar o festival do Vale do Café, em apresentações nas fazendas:
Florença: A fazenda, que fica em Valença e tem estilo neoclássico, surgiu no início do século XX e pertenceu à irmandade da família Teixeira Leite. Suas terras eram utilizadas para lavoura. Ainda no do século XX, ela foi adquirida pela família de Lupércio de Castro.
São Luiz da Boa Sorte: A fazenda, que fica em Vassouras, pertenceu ao português Antônio Ribeiro de Avelar. Ainda muito jovem, ele migrou com o irmão mais velho José Rodrigues da Cruz para o Brasil, mais precisamente no Rio de Janeiro. Eles eram comerciantes de \”grosso\”, gêneros para os tropeiros que faziam a rota das Minas Gerais.
Guaritá: A fazenda, que fica em Rio das Flores, no Vale do Café, tem características de casa térrea com porão elevado do solo, tendo na área lateral direita um platô alteado em relação à área frontal. De acordo com o tipo de ocupação da área de trabalho do período do café, é possível constatar a existência do antigo terreiro de secagem de café à frente da casa-sede. Atualmente coberto por um extenso gramado.
Santo Antônio: A fazenda, que fica em Rio das Flores, foi um presente de casamento do Visconde de Ipiabas a sua filha Cândida Peregrina. O visconde ampliou a casa grande com o luxo e conforto da burguesia oitocentista. Ele foi um homem de grande influência no Brasil Império, durante o ciclo do café.
São João da Prosperidade: Barra do Piraí. Segundo estudos históricos, a fazenda surgiu quando o café passou a ser cultivado. Ela foi uma doação de sesmarias e Antônio Gonçalves de Moraes – mais conhecido como o \”Capitão Mata Gente\”, casado com Rosa Luiza Gomes de Moraes – investiu na plantação de café.
Taquara: A fazenda, que fica em Barra do Piraí, pertenceu ao Comendador João Pereira da Silva, que se dedicou ao cultivo do precioso café. O local, até hoje pertence à família do comendador. A sede – com quase dois séculos de história – está em perfeito estado de conservação e preserva sua origem com seus móveis, documentos e retratos originais.
Vista Alegre: A fazenda, que fica em Valença, surgiu por volta de 1852 e é uma das pioneiras no campo das artes, da cultura e do desenvolvimento socioeconômico. Após as suas inovações, o Conde D´Eu fez uma visita histórica à cidade de Valença.
São João da Barra: localizada em Paty do Alferes, a antiga fazenda do ciclo do café, datada em 1830, foi restaurada recentemente e possui uma das mais completas exposições e gravuras de documentos originais do século XIX.
Cananéia: Vassouras foi a cidade dos barões do café e, em meados do século XIX, a maior produtora de café do Brasil. Atualmente, a fazenda Cananéia cria gado Jersey.
Pao Grande: Uma das maiores e mais antiga fazenda de Paty do Alferes. Ela já existia muito antes do ciclo do café e se dedicava, principalmente, à produção de açúcar.
Cachoeira Grande: A fazenda que fica em Vassouras foi propriedade da família Teixeira Leite. Durante o ciclo do café, essa família teve uma das maiores projeção social. Os “Teixeira Leite”, mais precisamente Custódio Ferreira Leite – O Barão de Aiuruoca – projetou-se em várias regiões cafeeiras do Vale. A família colaborou ainda com abertura de estradas, construção de pontes, igrejas e hospitais. Atualmente, a fazenda Cachoeira Grande dedica-se à pecuária e ao turismo cultural.
Chacrinha: Adquirida na década de 1840 por Manoel Pereira de Souza Barros, a fazenda Chacrinha, em Valença, era uma grande lavoura de café. Hoje em dia, a propriedade é produtiva e seleciona nelore de elite.
CURSOS
Durante o evento, serão oferecidos cerca de 15 oficinas e cursos que vão de canto a bandolim, passando por violoncelo, contrabaixo, violino, sax, clarineta, trompete, harpa e muito mais. A direção dos cursos é do violonista conhecido mundialmente Turíbio Santos e todas as vagas são gratuitas. A relação de cursos, professores e instruções para inscrição estão disponíveis no site do Festival Vale do Café (www.festivalvaledocafe.com) na sessão Cursos.
CORTEJO DE TRADIÇÕES
No dia 25 de julho, penúltimo dia do Festival Vale do Café, a população local e os visitantes acompanharão o Cortejo de Tradições, que integra as principais manifestações culturais das comunidades do Vale do Paraíba, como caxambus, jongos, caninhas verdes e calangueiros e as tradicionais folias de reis.
CAFÉ CULTURAL O GLOBO
O Café Cultural O Globo é um espaço, direcionado às palestras, debates e degustações que abordam temas ligados à cultura histórica da região, ao cultivo do café e à música instrumental brasileira. Serve também como ponto de encontro para aqueles que gostam de apreciar um bom café em um ambiente agradável localizado no centro histórico de Vassouras. Em 2008, o Café Cultural O Globo levou nomes como Olivier Cozan, Zazá Piereck, Cláudia Mascarenhas e Waldeck Rocha para aulas de degustação, além de Sebastião Deister, Ana Cristina Reis, Isabel Lustrosa e Alexandre Chinabel que participaram de talk shows sobre a região e a cultura do café e para 2009 a programação é igualmente grandiosa.
O Festival Vale do Café 2009 é apresentado pela Light, e este ano conta também com o patrocínio da Embratel, CCR/NovaDutra, Brasilveículos (seguradora de automóveis do Banco do Brasil), Secretaria de Estado de Cultura e Secretaria de Estado de Turismo, Esporte e Lazer, além do apoio do Sebrae/RJ , Jornal O Globo, TV Rio Sul, Universidade Severino Sombra, Instituto São Fernando, Preservale e Lei Federal de Incentivo à Cultura.
Os ingressos para os concertos – que acontecem de sexta a domingo em dois horários, às 11h e às 16h – custam R$ 70,00 e serão vendidos a partir do dia 8 de junho. Confira a programação no site: www.festivalvaledocafe.com
Serviço:
Evento – 7ª edição do Festival Vale do Café
Data – 17 a 26 de julho 09
Informações – www.festivalvaledocafe.com