ECONOMIA
07/06/2009
Minas Gerais vai ganhar um MBA em negócios de café
Primeira turma terá apenas funcionários da Emater; depois, curso será aberto
Minas Gerais vai ser o primeiro Estado do país a ter um Master in Business Administration (MBA) em Coffee Business ou, em palavras mais simples, um curso que vai formar mestres em administração de negócios em café. A primeira turma do curso, que foi criado pelo Polo de Excelência do Café da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Sectes) e pela Universidade Federal de Lavras (Ufla), será composta por profissionais da Empresa 0de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater).
Mas a ideia é que nas próximas turmas possam participar outros interessados, mesmo que não tenham vínculo com a empresa. O diretor técnico da Emater, José Ricardo Ramos Roseno, explica que a empresa estava disposta a dar uma capacitação desse tipo para os funcionários que trabalham com o café. Como a Ufla já estava formulando o curso, decidiram fazer uma parceria.
“Procuramos a Ufla para tentar formular um curso que permitisse que os profissionais estudassem somente aos fins de semana para poderem trabalhar”, afirma. Roseno conta que inicialmente serão 60 profissionais da Emater, que terão os estudos pagos pela empresa. O curso terá duração de 483 horas/aula a distância e 132 presenciais.
De acordo com o gerente executivo do Polo de Excelência do Café, Edinaldo José Abrahão, para as aulas presenciais, os estudantes vão se encontrar uma vez por semestre na Ufla.
A seleção dos membros da primeira turma ficou a cargo da própria Emater. Foi dada prioridade para quem já atua no ramo do café ou participa do grupo de certificação de propriedades, além dos que ainda não têm pós-graduação.
Para Roseno, esse é um investimento que a empresa está fazendo nos funcionários que trará resultados para outros profissionais. Isso porque alguns membros desse grupo vão em várias fazendas do Estado para checarem como está a produção. Eles dão selos de qualidade para os que se destacam e dicas para os que necessitam de mudanças nos métodos empregados. Dessa forma, o conhecimento adquirido durante o curso será multiplicado, passando para pessoas que não participaram.
A Ufla, por meio da assessoria de imprensa, informou que pessoas não ligadas à Emater também terão a oportunidade de participar do curso, mas que ainda não foram definidos os critérios para a seleção nem as datas. A Ufla já é considerada uma referência na área. Um dos motivos é o fato de abrigar o Polo de Excelência do Café.
Preferido
Nem crise afeta tradição de tomar um ‘cafezinho’
Aquele velho costume brasileiro de tomar o “cafezinho” em vários períodos do dia continua intacto. E não há crise econômica que seja capaz de afetar essa tradição no país. Só no ano de 2008, o consumo interno ficou em 17,6 milhões de sacas do produto, e a expectativa da Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic) é de que neste ano aumente para 18 milhões.
O diretor executivo da Abic, Nathan Herszkowicz, explica que o Brasil é o segundo maior consumidor de café do mundo, perdendo apenas para os Estados Unidos, que consumiram no ano passado 20 milhões de sacas. “A crise econômica não afetou esse hábito. O café é um produto de consumo tradicional e diário.”
Para atender a demanda e o mercado lucrativo, várias instituições estão oferecendo cursos de baristas e formando profissionais especializados em cafés de alta qualidade.
Barista há 13 anos, Jackson Cabral sempre teve interesse pelo café. Depois de exercer a profissão por um tempo se tornou um professor. Hoje, ele coordena um curso do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), voltado para pessoas que querem se formar no ramo. “É uma profissão muito nova no Brasil, mas as boas cafeterias estão contratando baristas. O próprio mercado exige isso.”