Festival Vale do Café movimenta interior do Rio de Janeiro

6 de junho de 2009 | Sem comentários Especiais Mais Café
Por: 05/06/2009 17:06:13 - IG

Evento acontece de 17 a 26 de julho, envolvendo treze cidades do interior do Rio de Janeiro.


– Hotéis fazenda pelo Brasil


O Vale do café, no interior fluminense, se prepara para a sétima edição do festival cultural que anima suas fazendas históricas. O Festival do Vale do café acontece de 17 a 26 de julho e, durante esses dez dias, promove uma programação intensa.


Treze cidades da região fazem parte do festival: Vassouras, Valença, Rio das Flores, Paty do Alferes, Miguel Pereira, Engenheiro Paulo de Frontin, Paracambi, Mendes, Barra do Piraí, Piraí, Pinheiral, Volta Redonda e Barra Mansa. Toda a programação pode ser obtida no site do evento.


Os visitantes participarão de palestras, cursos, manifestações populares e assistirão a shows e concertos em igrejas, casarões, praças e fazendas históricas, tendo como fonte de expiração o belo Vale do Paraíba.


Durante o evento, serão oferecidos cerca de 15 oficinas e cursos que vão de canto a bandolim, passando por violoncelo, contrabaixo, violino, sax, clarineta, trompete, harpa e muito mais. A direção dos cursos é do violonista Turíbio Santos, idealizador do evento juntamente com Cristina Braga, e todas as vagas são gratuitas.


No dia 26 de julho, último dia do Festival Vale do café, a população local e os visitantes acompanharão o Cortejo de Tradições, que integra as principais manifestações culturais das comunidades do Vale do Paraíba, como caxambus, jongos, caninhas verdes e calangueiros e as tradicionais folias de reis.


Os ingressos para os concertos, que acontecem de sexta a domingo, às 11 e às 16h, custam R$ 70 e serão vendidos a partir do dia 8 de junho.


A parte gastronômica do evento é um show à parte e o público poderá ainda degustar o verdadeiro sabor da comida do interior nos mais diversos restaurantes dessas cidades.


Fazendas históricas


As fazendas são os grandes palcos do evento e todas merecem ser visitadas, por vários motivos.


– Florença: a fazenda, que fica em Valença e tem estilo neoclássico, surgiu no início do século XX e pertenceu à irmandade da família Teixeira Leite. Suas terras eram utilizadas para lavoura. Ainda no do século XX, ela foi adquirida pela família de Lupércio de Castro.


– São Luiz da Boa Sorte: localizada em Vassouras, a fazenda pertenceu ao português Antônio Ribeiro de Avelar. Ainda muito jovem, ele migrou com o irmão mais velho José Rodrigues da Cruz para o Brasil, mais precisamente no Rio de Janeiro. Eles eram comerciantes de “grosso”, gêneros para os tropeiros que faziam a rota das Minas Gerais.


– Guaritá: a fazenda, que fica em Rio das Flores, no Vale do café, tem características de casa térrea com porão elevado do solo, tendo na área lateral direita um platô alteado em relação à área frontal. De acordo com o tipo de ocupação da área de trabalho do período do café, é possível constatar a existência do antigo terreiro de secagem de café à frente da casa-sede. Atualmente coberto por um extenso gramado.


– Santo Antônio: a fazenda fica em Rio das Flores e foi um presente de casamento do Visconde de Ipiabas a sua filha Cândida Peregrina. O visconde ampliou a casa grande com o luxo e conforto da burguesia oitocentista. Ele foi um homem de grande influência no Brasil Império, durante o ciclo do café.


– São João da Prosperidade: fica em Barra do Piraí. Segundo estudos históricos, a fazenda surgiu quando o café passou a ser cultivado. Ela foi uma doação de sesmarias e Antônio Gonçalves de Moraes – mais conhecido como o “Capitão Mata Gente”, casado com Rosa Luiza Gomes de Moraes – investiu na plantação de café.


– Taquara: a fazenda, que também fica em Barra do Piraí, pertenceu ao Comendador João Pereira da Silva, que se dedicou ao cultivo do precioso café. O local, até hoje pertence à família do comendador. A sede – com quase dois séculos de história – está em perfeito estado de conservação e preserva sua origem com seus móveis, documentos e retratos originais.


– Vista Alegre: localizada em Valença, a fazenda surgiu por volta de 1852 e é uma das pioneiras no campo das artes, da cultura e do desenvolvimento socioeconômico. Após as suas inovações, o Conde D´Eu fez uma visita histórica à cidade de Valença.


– São João da Barra: localizada em Paty do Alferes, a antiga fazenda do ciclo do café, datada em 1830, foi restaurada recentemente e possui uma das mais completas exposições e gravuras de documentos originais do século XIX.


– Cananéia: Vassouras foi a cidade dos barões do café e, em meados do século XIX, a maior produtora de café do Brasil. Atualmente, a fazenda Cananéia cria gado Jersey.


– Pao Grande: uma das maiores e mais antiga fazenda de Paty do Alferes. Ela já existia muito antes do ciclo do café e se dedicava, principalmente, à produção de açúcar.


– Cachoeira Grande: localizada em Vassouras, foi propriedade da família Teixeira Leite. Durante o ciclo do café, essa família teve uma das maiores projeção social. Os “Teixeira Leite”, mais precisamente Custódio Ferreira Leite – O Barão de Aiuruoca – projetou-se em várias regiões cafeeiras do Vale. A família colaborou ainda com abertura de estradas, construção de pontes, igrejas e hospitais. Atualmente, a fazenda Cachoeira Grande dedica-se à pecuária e ao turismo cultural.


– Chacrinha: adquirida na década de 1840 por Manoel Pereira de Souza Barros, a fazenda Chacrinha, em Valença, era uma grande lavoura de café. Hoje em dia, a propriedade é produtiva e seleciona nelore de elite.

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