O mercado de câmbio doméstico teve um dia bastante volátil: pela manhã, os preços da moeda americana chegaram a subir quase 1%. Essa volatilidade não evitou que, pelo quinto dia, as cotações encerrassem o dia com perdas. A taxa cambial recuou para R$ 2,009, queda de 0,29%, em seu menor nível desde 1º de outubro de 2008. Na semana, a desvalorização é de 0,89% até esta quinta-feira, enquanto no mês a retração é de 7,89%.
Nas casas de câmbio paulistas, o dólar turismo foi cotado por R$ 2,120, em baixa de 0,93%.
A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) ganha 2,13% e alcança os 52.894 pontos. O giro financeiro é de R4 4,37 bilhões. Nos EUA, a Bolsa de Nova York valoriza 1,34%.
É opinião corrente entre profissionais de mercado que o fluxo de investimentos estrangeiros foi o principal fator que derrubou as cotações ao longo das últimas semanas. E lembram que, somente na Bolsa de Valores, a injeção de dólares mais que quadruplicou em maio na comparação com fevereiro –o primeiro mês deste ano em que as compras de ações superaram as vendas.
Analistas ainda acreditam que se nos próximos dias a taxa de câmbio se estabeleça abaixo de R$ 2,00, como já ocorreu por alguns minutos na jornada de ontem.
Glauber Romano, da mesa de operações da corretora Intercam, acredita que o Banco Central não vai deixar “tão facilmente” a moeda americana rodar nesse preço. “Acho que o BC vai lutar bastante. Se de um lado é bom para o país, já que ele está fazendo caixa quando compra esses dólares diariamente, por outro lado, é ruim para a balança comercial [o dólar barato]. De qualquer forma, acho que vai ser importante monitorarmos os próximos vencimentos de swaps cambiais, para ver o que ele vai fazer”, comenta.
Nos meses anteriores, o governo promoveu leilões de contratos de “swap” cambial reverso, instrumentos financeiros que usualmente pressionam a cotação da moeda. No vencimento desses contratos, a autoridade monetária pode optar por renovar esses contratos, trocando por novos com prazo estendido, em vez de liquidar esses títulos. Em ocasiões passadas, a incerteza sobre o que a ação do BC contribuiu para segurar as taxas.
Juros futuros
O mercado futuro de juros da BM&F voltou a rebaixar as taxas projetadas nos contratos de maior prazo. O resultado do IGP-M de maio surpreendeu os economistas do setor financeiro: uma deflação de 0,07%, quando muitos esperavam uma variação de 0,10% ou pouco menos. No ano, o índice acumula queda de 1,14% e, nos últimos 12 meses, o indicador acumulou alta de 3,64%.
No contrato que projeta as taxas para janeiro do ano que vem, a taxa prevista cedeu de 9,27% ao ano para 9,24%; e no contrato que vence em janeiro de 2011, a taxa projetada caiu de 9,85% para 9,82%.