De acordo com matéria de Raquel Massote, para a Agência Estado, a colheita de café ainda não avançou nas principais áreas produtoras de Minas Gerais. A avaliação é que a incidência de chuvas ao longo do mês de abril dificultou, em algumas áreas, a maturação dos frutos. Boa parte das lavouras ainda apresenta índices de café verde e a perspectiva é de que o processo comece a acelerar apenas a partir do mês de junho. As cooperativas de produtores informam que, na maioria das regiões, não tem havido dificuldade para contratação de mão-de-obra.
Na região da zona da mata mineira, segundo informações da filial da Cooparaíso (Cooperativa Regional dos Cafeicultores de São Sebastião do Paraíso), localizada em Espera Feliz, a maturação dos grãos está mais adiantada e a estimativa é de que, dentro de 15 ou 20 dias, 70% dos produtores já tenham iniciado o processo de colheita. “As lavouras novas já estão prontas para serem colhidas”, disse, à Agência Estado, o agrônomo Leandro Rodrigues de Freitas. Tradicionalmente, a região inicia a colheita no fim do mês de abril. Até o momento, a entidade estima que a colheita já tenha atingido de 25% a 30% do total, mas apenas 5% desse volume foram beneficiados.
No sul de Minas, a maturação dos grãos não é generalizada. Segundo o coordenador de Desenvolvimento Técnico da Cooxupé (Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé), Mário Ferraz, as plantas ainda apresentam um índice de cerca de 30% de grãos verdes. “Em função da bienalidade, isso é normal, porque, com uma menor carga, a tendência é de que as plantas fiquem mais enfolhadas”, explicou.
A situação das lavouras impede o avanço da colheita mecanizada na região. “Até o momento, a estimativa é de que a colheita não tenha atingido 10% da área”, informou o coordenador. Em São Sebastião do Paraíso, a avaliação é a mesma e a expectativa é de que, até o fim deste mês, o processo avance.
Embora o mercado já comece a “precificar” o risco de geada no Brasil, motivado pela aproximação do inverno, a avaliação de meteorologistas é de que não há nenhuma previsão da ocorrência do fenômeno pelos próximos 15 dias. Conforme a meteorologista Olívia Nunes, da Somar, o País vive, atualmente, um período de “neutralidade”.
No entanto, a partir dos meses de junho e julho, as condições do clima, segundo ela, terão que ser observadas com mais atenção, já que há chances da chegada de ondas mais intensas de frio, com predominância de ar seco, favorecendo a formação das geadas. “Até a chegada do inverno, não há chance real de geada”, disse. Estas ondas, porém, não devem durar muito tempo, já que as chuvas devem voltar às regiões produtoras em setembro.