Segundo matéria da jornalista Célia Froufe, publicada na Agência Estado, o Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) já teria concluído a portaria interministerial que determina quais serão as regras para os leilões de contratos de opções de café e deve anunciá-la hoje ou, no mais tardar, amanhã.
No mercado, a expectativa era de que a publicação com os detalhes dos leilões fosse feita ainda ontem, mas, segundo apurou a Agência Estado com uma fonte do Mapa, apesar do documento estar pronto, ele precisa ser aprovado pelo novo secretário-executivo da Pasta, José Gerardo Fontelles (foto esq.), e pelo ministro Reinhold Stephanes (foto dir.).
“Só falta mesmo anunciar (a portaria), mas, para isso, é preciso que o secretário leia o documento”, disse essa fonte à AE. O mais provável é que tanto Fontelles quanto Stephanes tiveram acesso ao conteúdo da portaria na noite de ontem e que o anúncio seja feito nesta terça-feira, apurou a jornalista Célia Froufe.
A retomada dos leilões de contratos de opções de café é uma demanda antiga do setor, que, por meio desse instrumento, tem garantia de preço e de comprador para o produto. No último dia 30, o ministro Stephanes adiantou, também em entrevista exclusiva à Agência Estado, que os leilões seriam retomados “nos próximos dias”. Entretanto, ainda não há dicas de como será a parte operacional do programa.
Contudo, o Blog do Café apurou, com alguns membros que compõem o Grupo de Trabalho criado pelo Mapa para realizar um diagnóstico da cafeicultura brasileira, que deverão ser realizados quatro leilões de opções públicas de venda de café, conforme descrito abaixo. É válido lembrar que as informações descritas na seqüência são meras suposições deste blog, com base em informações recebidas e não em fatos consumados:
1º LEILÃO
O primeiro leilão, para 1 milhão de sacas, teria vencimento (prazo final para entrega do café) em novembro deste ano e preço de exercício levemente superior a R$ 303 por saca de 60 kg.
2º LEILÃO
O segundo leilão, para 700 mil sacas, teria vencimento em janeiro de 2010 e preço de exercício de aproximadamente R$ 311 por saca de 60 kg.
3º LEILÃO
O terceiro leilão, também para 700 mil sacas, teria um preço de exercício em torno de R$ 314 por saca de 60 kg e vencimento em fevereiro de 2010.
4º LEILÃO
E, por fim, o quarto leilão deverá ser para um volume entre 500 mil e 600 mil sacas (o que faz o total oscilar entre 2,9 milhões e 3,0 milhões de sacas), com o preço de exercício ficando em cerca de R$ 318.
É válido salientar que o preço de comercialização para os leilões de opções públicas é formado com base no preço mínimo do café, que, atualmente, foi reajustado pelo CMN (Conselho Monetário Nacional). Estipulando um acréscimo de 23,58% na cotação, a instituição elevou de R$ 211,75 para R$ 261,69 o preço mínimo da saca de 60 kg do café arábica tipo 6, bebida dura para melhor.
Na ocasião, o ministro Reinhold Stephanes veio à imprensa e disse entender que o valor determinado pelo Conselho Monetário não cobre os custos de produção da cafeicultura nacional, pois estaria baseado apenas no custo variável, desconsiderando o operacional e o total, dentro dos quais são consideradas, por exemplo e dentre outras, as despesas com depreciação de maquinário e equipamentos.
Outro ponto de relevância sobre os leilões de opções públicas de venda de café a ser definido é a quantidade máxima de sacas a ser exercida por produtor. Informações recebidas por este blog apontam que, desde o início das negociações, o montante oscilou entre 300 e 600 sacas, sendo este último número o pretendido pelo setor de produção. Na realidade, embasado em informações recebidas há pouco, creio que o limite de sacas por produtor, em cada leilão, deverá ser de 500 sacas.