Os técnicos do Departamento de Economia Rural (Deral) das regiões cafeeiras do Paraná percorreram durante o mês de abril os municípios produtores para a realização do Segundo Levantamento de Previsão de Safra de Café 2009.
Conforme relatório do economista Paulo Sérgio Franzini, responsável pela área de café do Deral, o resultado do levantamento chama atenção para a redução significativa na área cultivada de café nas principais regiões produtoras do Estado. A produção esperada sofreu redução na proporção da diminuição da área produtiva, uma vez que a produtividade média se mantém em relação ao levantamento anterior.
Na realização do primeiro levantamento para 2009, em novembro de 2008, havia a tendência dos produtores em intensificar as podas das lavouras que teriam baixa produção, mas não de diminuição acentuada da área, como ocorreu. “Percebe-se que a decisão pela erradicação se intensificou quando se agravou o quadro de baixa renda da cadeia produtiva do café e da necessidade de renovar as lavouras depois de uma safra com alta produtividade, como tivemos no ano passado. Acreditamos que a prolongada estiagem verificada entre outubro e dezembro também contribuiu para a decisão de parte dos produtores”, observa Franzini.
Os principais motivos para a redução da área de café no Paraná têm sido, segundo o economista, “o contínuo descompasso entre o alto custo de produção e o preço recebido pelo produtor, a baixa renda obtida no setor da produção e a pouca disponibilidade de mão-de-obra que tem ocorrido fortemente nos últimos anos”. Existe ainda a necessidade cada vez maior e imediata de incrementar a utilização de máquinas nas operações de manejo das lavouras, e isto tem levado a maioria dos produtores a reorganizarem suas atividades e, por consequência, resultando em erradicação das lavouras mais velhas e improdutivas. Parte desta área erradicada pode ser logo renovada com novos plantios, dependendo da conjuntura econômica da cadeia produtiva.
A colheita da safra 2009 teve início em meados de abril no Paraná e deverá se estender até setembro, predominando a situação de preocupação e desânimo no setor da produção diante de uma safra de custo alto e rentabilidade negativa se persistir os atuais preços recebidos.