A segunda estimativa da safra de café de 2009 aponta para uma produção de 39 milhões de sacas. Em janeiro, a Conab havia apurado que a produção ficaria entre 36,9 milhões e 38,8 milhões de sacas. Segundo Stephanes, esse aumento da oferta não irá depreciar preços. “É mais ou menos o que o mercado já esperava”, disse o ministro. O clima favorável nas regiões produtoras ajudou a ampliar a estimativa de colheita, justificou a Conab.
Na safra passada, a produção do grão atingiu a marca de 45,9 milhões de sacas beneficiadas. Mas já era esperada redução da oferta, uma vez que os cafezais apresentam característica de ciclo bianual – forte produção em um ano e redução no ano seguinte. Na comparação com o ano passado, a produção de café arábica terá queda de 20,2%, enquanto a oferta de café robusta crescerá 2%. Minas Gerais será o principal produtor, responsável por 19,2 milhões de sacas. Em segundo lugar aparece o Espírito Santo, com 10 milhões de sacas. O parque cafeeiro é estimado em 2 milhões de hectares em produção e mais 245 mil hectares de lavouras em formação.
Eduardo Carvalhaes, do Escritório Carvalhaes, explica que a tendência é que o equilíbrio entre produção e exportação será ainda mais precário. “É possível que continue assim até que ocorra algum problema climático com prejuízo à safra e ao abastecimento”. Para ele, a possibilidade de isso ocorrer é grande por causa das variações climáticas nos últimos anos.
O secretário de Produção e Agroenergia do Mapa, Manoel Bertone, confirmou que o governo vai lançar contratos de opção para atender 3 milhões de sacas de café, operação que exigirá R$ 1 bilhão. Bertone disse que o mecanismo está sendo discutido com equipes do Ministério da Fazenda, como níveis de preço, volumes por produtor e condições de entrega. O secretário disse que o apoio governamental confere sustentação à cafeicultura. “Este ano não foi preciso pagar dívida com o Funcafé”, declarou.