Cafeicultores dos municípios de Divino, Vieiras, Espera Feliz, Caiana, Eugenópolis e Miradouro, na Zona da Mata, darão continuidade ao trabalho iniciado em 2006 pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG) para fortalecer o setor e agregar valor ao café. Entre as metas almejadas, os produtores destacam a comercialização em mercados diferenciados, a valorização do produto e o reconhecimento da qualidade do café, por meio da certificação. Propostas neste sentido foram debatidas respectivamente nos dias 13 e 14 de abril, nos municípios de Vieiras e Caiana, durante entrega de certificados do Programa Certifica Minas Café.
Na ocasião, o gerente da regional Emater-MG de Muriaé, Paulo Alexandre Carvalho, parabenizou os produtores da região e destacou a importância do selo. “Vocês aceitaram o desafio de mudar para melhor o nosso café, e o certificado é um grande passo para que este produto seja reconhecido pela qualidade e conquiste também novos mercados”. O processo da certificação que terminou em dezembro último, concedeu por meio do Instituto de Mercado Ecológico (IMO Control Brasil), o selo de certificação de qualidade a 68 propriedades cafeeiras de Eugenópolis, Caiana, Divino, Espera Feliz,Miradouro e Vieiras, localizadas na área de abrangência da regional da Emater-MG de Muriaé. Este ano a regional irá atender também aos cafeicultores de Muriaé, Carangola, São Francisco do Glória e Fervedouro, municípios que aderiram ao Certifica Minas Café.
O Programa, coordenado pela Secretaria de Estado Agricultura e Abastecimento (Seapa), é executado pela Emater-MG. A empresa orienta os produtores e faz o acompanhamento das propriedades, desde o diagnóstico inicial até a aplicação das normas do programa. O Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) é responsável pela pré-auditoria nas propriedades e a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) cede as fazendas experimentais para unidades demonstrativas de certificação do café.
Durante o processo de certificação, as propriedades precisam obedecer alguns requisitos básicos, como respeitar leis ambientais e trabalhistas, utilizar corretamente e de forma controlada os agrotóxicos e identificar o café produzido com placas, numerando os lotes da propriedade, entre outras adequações. De acordo com o coordenador técnico estadual, Julian Silva Carvalho, o processo de certificação por meio do Certifica Minas fica em torno de uma saca de café/ano (R$ 250), dependendo do tamanho da propriedade e da área cultivada em café. Por outros meios, o custo médio é de R$ 8 mil. Nas propriedades certificadas atendidas pela regional da Emater-MG em Muriaé a certificação ficou em média R$ 90 por propriedade.
Modificações
De acordo com a extensionista da Emater-MG em Divino, Emanuella Costa Torres, geralmente os gastos com a certificação são para pequenas modificações como cômodos para guardar os agrotóxicos (no caso de quem usa), tulhas para armazenar grãos e placas para identificar áreas de cultivo. “Geralmente os produtores aproveitam o que tem na propriedade e não gastam nada”, afirma a técnica.
No município de Vieiras, o cafeicultor José Soares gastou R$ 180 para fazer adequações em sua propriedade e com a visita do auditor internacional. Segundo Soares, é um gasto mínimo comparado ao que aprendeu durante o período da certificação.”Hoje tenho mais atenção com minha lavoura, aprendi a ter mais cuidado, sempre limpo e separo o lixo na minha propriedade. Com essa crescente procura do mercado por um produto certificado, é preciso investir em qualidade”, avisa.
Em Miradouro, o produtor José Geraldino compartilha da mesma opinião.” Com esse selo que minhas sacas de café terão, acredito que as oportunidades de competir no mercado aumentam”, assegura.
Defensivos naturais e homeopatia para combater pragas no café
Na região das 68 propriedades cafeeiras certificadas, 53 cafeicultores produzem café Sat (sem agrotóxicos). É o caso da agricultora familiar, Maria Lina Magro, da comunidade Córrego Bonfim, no município de Espera Feliz. Além de não usar o agrotóxico nos pés de cafés, os herbicidas também foram descartados. “Há cinco anos cultivamos assim. No começo foi uma medida para preservar a nossa saúde, depois percebemos que assim também estávamos protegendo nossas águas e terras”, revela .
A agricultora disse que valeu a pena mudar o jeito de produzir, pois facilitou o processo de certificação. “Sempre trabalhamos para conquistar a certificação do nosso café. Com o Certifica Minas Café aprimoramos o cuidado com a nossa matéria-prima. Agora é dar continuidade ao nosso trabalho” afirma.
Para controlar as pragas , Lina tem recorrido aos princípios da homeopatia, prática que vem crescendo entre os cafeicultores da região. A agricultora explica que as doenças são combatidas com os próprios organismos vivos. “A homeopatia cura pela semelhança, após a desintoxicação das lavouras verificamos o ponto energético da propriedade”, explica.
Também no município de Vieiras, o agricultor Paulo Luís Laviola afirma usar a técnica homeopática para conseguir o equilíbrio ecológico em seu cafezal. As doenças nas lavouras são combatidas com receita que leva arroz cozido, açúcar mascavo e água, segundo ele. “Trabalho com a homeopatia há oito anos. Uso no solo, no café e nas plantas. É através dos fungos vivos que conservo minha lavoura” relata. O cafeicultor explica que o procedimento é chamado de radiestesia radiônica. Para verificar a medição e achar o ponto de equilíbrio da lavoura é usado um pêndulo.
Laviola que também teve sua propriedade certificada agradece o apoio da Emater-MG e diz que, em primeiro lugar está o respeito pelo meio ambiente. “Sempre tive o apoio da Emater. Quando entrei no programa, aumentei o cuidado com os recursos naturais. Deixei a enxada de lado. Para diminuir a erosão estou usando a roçadeira”. Ele assegura que aprendeu muito com o programa de certificação, inclusive ser cauteloso nos gastos. “Com as anotações você sabe quanto custa à produção”, ressalta.
Em Caiana, as práticas agrícolas sem defensivos químicos também são seguidas por agricultores, como Sirley Soares da Silva . Com a produção média de 107 sacas de café por safra, o cafeicultor garante que substituiu o adubo químico pela palha de café. “Após a secagem e o beneficiamento do grão, aproveito a palha para colocar nos pés de café. Com esta prática estou diminuindo os gastos e conservando o solo”, diz se referindo a uma técnica, que protege a terra dos efeitos do sol e mantém a umidade dela, entre outros benefícios.
De acordo com o extensionista de Muriaé Robério Torres, o processo de certificação facilita as atividades de uma propriedade que já trabalha sem agrotóxicos, e segue as normas de higiene e manejo. “Quando temos um produtor consciente em relação aos aspectos ambientais, sociais e econômicos, o processo de certificação fica mais fácil”, diz.
O extensionista da Emater-MG, José Luiz Paixão, que tem especialização em homeopatia pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), diz que na homeopatia não se procura curar doenças ou combater pragas, mas sim buscar atingir o maior grau de equilíbrio do meio ambiente. “No tratamento homeopático se busca a harmonia ecológica para a cura da natureza”, ressalta.
Para o engenheiro agrônomo e professor da Universidade Federal de Viçosa (UFV). Vicente Wagner Dias Casali, a eficácia da homeopatia na agricultura já é uma realidade. “Os benefícios que a homeopatia traz para a agricultura já foi confirmado por meio de pesquisas. A universidade (UFV), por exemplo, ensina a técnica em mais de 30 cidades no país “, diz. Casali garante que a técnica homeopática é a melhor solução para acabar com o uso de agrotóxico, e que, a sua utilização deve crescer. “Com a proibição do uso de alguns agrotóxicos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), os agricultores irão optar pela homeopatia. Assim, além de conservar a própria saúde e a dos consumidores, a terra também será beneficiada”, afirma.
Assessoria de Comunicação da Emater-MG
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Jornalista responsável: Terezinha Leite
Estagiária: Jancilaine Morgado
(31) 3349-8021
Cafeicultores dos municípios de Divino, Vieiras, Espera Feliz, Caiana, Eugenópolis e Miradouro, na Zona da Mata, darão continuidade ao trabalho iniciado em 2006 pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG) para fortalecer o setor e agregar valor ao café. Entre as metas almejadas, os produtores destacam a comercialização em mercados diferenciados, a valorização do produto e o reconhecimento da qualidade do café, por meio da certificação. Propostas neste sentido foram debatidas respectivamente nos dias 13 e 14 de abril, nos municípios de Vieiras e Caiana, durante entrega de certificados do Programa Certifica Minas Café.
Na ocasião, o gerente da regional Emater-MG de Muriaé, Paulo Alexandre Carvalho, parabenizou os produtores da região e destacou a importância do selo. “Vocês aceitaram o desafio de mudar para melhor o nosso café, e o certificado é um grande passo para que este produto seja reconhecido pela qualidade e conquiste também novos mercados”. O processo da certificação que terminou em dezembro último, concedeu por meio do Instituto de Mercado Ecológico (IMO Control Brasil), o selo de certificação de qualidade a 68 propriedades cafeeiras de Eugenópolis, Caiana, Divino, Espera Feliz,Miradouro e Vieiras, localizadas na área de abrangência da regional da Emater-MG de Muriaé. Este ano a regional irá atender também aos cafeicultores de Muriaé, Carangola, São Francisco do Glória e Fervedouro, municípios que aderiram ao Certifica Minas Café.
O Programa, coordenado pela Secretaria de Estado Agricultura e Abastecimento (Seapa), é executado pela Emater-MG. A empresa orienta os produtores e faz o acompanhamento das propriedades, desde o diagnóstico inicial até a aplicação das normas do programa. O Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) é responsável pela pré-auditoria nas propriedades e a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) cede as fazendas experimentais para unidades demonstrativas de certificação do café.
Durante o processo de certificação, as propriedades precisam obedecer alguns requisitos básicos, como respeitar leis ambientais e trabalhistas, utilizar corretamente e de forma controlada os agrotóxicos e identificar o café produzido com placas, numerando os lotes da propriedade, entre outras adequações. De acordo com o coordenador técnico estadual, Julian Silva Carvalho, o processo de certificação por meio do Certifica Minas fica em torno de uma saca de café/ano (R$ 250), dependendo do tamanho da propriedade e da área cultivada em café. Por outros meios, o custo médio é de R$ 8 mil. Nas propriedades certificadas atendidas pela regional da Emater-MG em Muriaé a certificação ficou em média R$ 90 por propriedade.
Modificações
De acordo com a extensionista da Emater-MG em Divino, Emanuella Costa Torres, geralmente os gastos com a certificação são para pequenas modificações como cômodos para guardar os agrotóxicos (no caso de quem usa), tulhas para armazenar grãos e placas para identificar áreas de cultivo. “Geralmente os produtores aproveitam o que tem na propriedade e não gastam nada”, afirma a técnica.
No município de Vieiras, o cafeicultor José Soares gastou R$ 180 para fazer adequações em sua propriedade e com a visita do auditor internacional. Segundo Soares, é um gasto mínimo comparado ao que aprendeu durante o período da certificação.”Hoje tenho mais atenção com minha lavoura, aprendi a ter mais cuidado, sempre limpo e separo o lixo na minha propriedade. Com essa crescente procura do mercado por um produto certificado, é preciso investir em qualidade”, avisa.
Em Miradouro, o produtor José Geraldino compartilha da mesma opinião.” Com esse selo que minhas sacas de café terão, acredito que as oportunidades de competir no mercado aumentam”, assegura.
Defensivos naturais e homeopatia para combater pragas no café
Na região das 68 propriedades cafeeiras certificadas, 53 cafeicultores produzem café Sat (sem agrotóxicos). É o caso da agricultora familiar, Maria Lina Magro, da comunidade Córrego Bonfim, no município de Espera Feliz. Além de não usar o agrotóxico nos pés de cafés, os herbicidas também foram descartados. “Há cinco anos cultivamos assim. No começo foi uma medida para preservar a nossa saúde, depois percebemos que assim também estávamos protegendo nossas águas e terras”, revela .
A agricultora disse que valeu a pena mudar o jeito de produzir, pois facilitou o processo de certificação. “Sempre trabalhamos para conquistar a certificação do nosso café. Com o Certifica Minas Café aprimoramos o cuidado com a nossa matéria-prima. Agora é dar continuidade ao nosso trabalho” afirma.
Para controlar as pragas , Lina tem recorrido aos princípios da homeopatia, prática que vem crescendo entre os cafeicultores da região. A agricultora explica que as doenças são combatidas com os próprios organismos vivos. “A homeopatia cura pela semelhança, após a desintoxicação das lavouras verificamos o ponto energético da propriedade”, explica.
Também no município de Vieiras, o agricultor Paulo Luís Laviola afirma usar a técnica homeopática para conseguir o equilíbrio ecológico em seu cafezal. As doenças nas lavouras são combatidas com receita que leva arroz cozido, açúcar mascavo e água, segundo ele. “Trabalho com a homeopatia há oito anos. Uso no solo, no café e nas plantas. É através dos fungos vivos que conservo minha lavoura” relata. O cafeicultor explica que o procedimento é chamado de radiestesia radiônica. Para verificar a medição e achar o ponto de equilíbrio da lavoura é usado um pêndulo.
Laviola que também teve sua propriedade certificada agradece o apoio da Emater-MG e diz que, em primeiro lugar está o respeito pelo meio ambiente. “Sempre tive o apoio da Emater. Quando entrei no programa, aumentei o cuidado com os recursos naturais. Deixei a enxada de lado. Para diminuir a erosão estou usando a roçadeira”. Ele assegura que aprendeu muito com o programa de certificação, inclusive ser cauteloso nos gastos. “Com as anotações você sabe quanto custa à produção”, ressalta.
Em Caiana, as práticas agrícolas sem defensivos químicos também são seguidas por agricultores, como Sirley Soares da Silva . Com a produção média de 107 sacas de café por safra, o cafeicultor garante que substituiu o adubo químico pela palha de café. “Após a secagem e o beneficiamento do grão, aproveito a palha para colocar nos pés de café. Com esta prática estou diminuindo os gastos e conservando o solo”, diz se referindo a uma técnica, que protege a terra dos efeitos do sol e mantém a umidade dela, entre outros benefícios.
De acordo com o extensionista de Muriaé Robério Torres, o processo de certificação facilita as atividades de uma propriedade que já trabalha sem agrotóxicos, e segue as normas de higiene e manejo. “Quando temos um produtor consciente em relação aos aspectos ambientais, sociais e econômicos, o processo de certificação fica mais fácil”, diz.
O extensionista da Emater-MG, José Luiz Paixão, que tem especialização em homeopatia pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), diz que na homeopatia não se procura curar doenças ou combater pragas, mas sim buscar atingir o maior grau de equilíbrio do meio ambiente. “No tratamento homeopático se busca a harmonia ecológica para a cura da natureza”, ressalta.
Para o engenheiro agrônomo e professor da Universidade Federal de Viçosa (UFV). Vicente Wagner Dias Casali, a eficácia da homeopatia na agricultura já é uma realidade. “Os benefícios que a homeopatia traz para a agricultura já foi confirmado por meio de pesquisas. A universidade (UFV), por exemplo, ensina a técnica em mais de 30 cidades no país “, diz. Casali garante que a técnica homeopática é a melhor solução para acabar com o uso de agrotóxico, e que, a sua utilização deve crescer. “Com a proibição do uso de alguns agrotóxicos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), os agricultores irão optar pela homeopatia. Assim, além de conservar a própria saúde e a dos consumidores, a terra também será beneficiada”, afirma.