Governo reajusta preço mínimo ao cafeicultor

Por: Gazeta Mercantil

04/05/09 – Diante dos custos elevados de produção da cafeicultura, o Conselho Monetário Nacional (CMN) reajustou o preço mínimo do café para a nova safra 2008/09. O coordenador-geral de Política Agrícola do Ministério da Fazenda, Aloísio Melo, informou que o piso do preço da commodity arábica – o chamado tipo 6 bebida dura – subiu de R$ 211,75 para a saca de 60 kg, praticado na safra anterior, para R$ 261,69. Um reajuste 23,6%. No caso do grão robusta, o aumento foi de 25,8%, para R$ 156,57 a saca. Na safra anterior, a cotação mínima deste grão era de R$ 124,40.


Os produtores reivindicavam um valor mínimo de R$ 300 a saca. Melo disse, porém, que tais reajustes atendem aos pleitos dos produtores que alegam que os custos da produção da cafeicultura subiram nos últimos meses.


Representantes dos produtores, por sua vez, não gostaram do reajuste e afirmaram que está aquém da necessidade. “Com essa remuneração não conseguimos nem pagar as contas. Isso gerou um descontentamento geral, mas vamos continuar nossa luta”, protestou Gilson Ximenes, presidente do Conselho Nacional do Café (CNC). Segundo disse, a expectativa era o patamar mínimo de R$ 282 pela saca.


Segundo Melo, os principais responsáveis pelo aumento no custo de produção da cafeicultura brasileira, cultivada principalmente em Minas Gerais e Espírito Santo, decorrem dos dispêndios com mão-de-obra e insumos. Ele disse que os reajustes foram definidos com base em estudos técnicos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Segundo Melo, em alguns casos, os preços mínimos do café podem ser acrescidos em até 10% sobre o mínimo. Uma lei em vigor, há 15 dias, permite fazer leilões de contratos de opção com preços até 10% superior ao preço mínimo.


Por enquanto, as lideranças dos cafeicultores vão esperar até a oficialização do programa de leilão de opções futuras, previsto para ser anunciado na semana que vem. “Esperamos que consertem esse erro com o preço de R$ 300,00 para saca negociada no leilão”, afirmou Ximenes. Além disso, revelou que ainda precisa ser discutido o preço de referência para a amortização da dívida do setor com mercadoria. “Se for preciso, vamos marchar para Brasília e mostrar a importância da cafeicultura ao País”, completou.


O CMN também estendeu o prazo para a contratação de duas linhas de crédito do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé), no valor de R$ 90 milhões. Foi adiado para 30 de setembro o prazo para os bancos concederem os empréstimos a cafeicultores com lavouras atingidas por granizo.


O CMN estendeu ainda para 30 de setembro o prazo para a contratação de crédito para liquidar dívidas contraídas por Cédula de Produto Rural (CPR), vencidas até dezembro de 2008. Aliás, o prazo para contratação de tal financiamento havia vencido em 27 de março.


(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados – Pág. 11)(Viviane Monteiro e Roberto Tenório)
 

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