Criado grupo para investigar as irregularidades no café produzido em Minas

23 de abril de 2009 | Sem comentários Cafeteria Consumo
Por: UAI

Elaine Pereira – Portal Uai 



 
 
 



O consumidor mineiro pode beber milho, açaí, açúcar, cascas e paus no
cafezinho de todos os dias, se não estiver atento na hora de ir às compras. O
alto índice de irregularidades encontradas pelo Sindicafé em uma pesquisa
realizada com 433 marcas mostra que 205 tem algum nível de impureza. Dado que
motivou muita discussão em uma audiência na Assembléia Legislativa nesta
quinta-feira. Os deputados resolveram criar um grupo de trabalho para investigar
a questão mais a fundo e barrar o comércio de produtos com baixa qualidade.


Ainda sem ações definidas, o grupo é integrado pela Vigilância Sanitária
Estadual, o Procon do Ministério Público, o próprio Sindicafé, a Abic e
Secretaria de Estado da


Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa). Secretaria da Fazenda e a Feam
também serão convidadas para integrar o time. A pesquisa com o apontamento de
marcas irregulares também foi encaminhada à Abic, que deve inspecionar as
fábricas.


Além de prejuízo à economia das indústrias do setor, o consumidor é
ludibriado ao pagar por um produto que ele sequer consegue identificar que é
ruim. Dante Alighieri Manna, gerente de relações sindicais do Sindicafé conta
que é muito difícil identificar no olho qual café não tem impurezas. “Um dos
parâmetros é ter o selo de pureza da Abic. Quem tem o selo é monitorado
trimestralmente ou semestralmente, mas também tem muitos que não têm selo e são
bons. Há empresas pequenas porém sérias”, afirma.


 
O pior é que nem tomando café é possível identificar as fraudes.
Segundo ele, a mistura não é aleatória, mas feita premeditadamente. “O mais
usual é o milho. Nem sempre provoca alteração no sabor, se causasse, não
misturariam”, diz.


Nesse meio em que os picaretas podem reinar e as impurezas variam de 5% a
20%, o maior atrativo é o preço. “Chega a ser de 20% a 50% mais barato que os
concorrentes na prateleira”, alerta.


Assim, mesmo que o paladar não acuse gosto estranho no café, o consumidor não
deve ser ingênuo. O café em grão, moído na hora, vendido à vulso, por exemplo, é
considerado difícil de monitorar pelos órgãos competentes. A venda muitas vezes
é informal e não oferece nenhuma garantia do produto. Então, quem compra vê a
moagem, cheira o grão mas muitas vezes não percebe que a impureza vem
disfarçada, principalmente de cascas e paus.


Enquanto os processos contra as empresas irregulares estão em andamento, o
ideal é desconfiar do produto e do próprio paladar. Se for barato demais ou não
tiver o selo de qualidade que exige o máximo de 1% de impurezas, pode ser melhor
provar o concorrente. 
 

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