CARVALHAES DESTACA DEFASAGEM DO CAFÉ BRASILEIRO EM RELAÇÃO AOS CONCORRENTES

Por: Blog do Café

“É impressionante que o Brasil, sendo, há mais de um século, o maior produtor e exportador de café do mundo, além de ter conquistado, na última década, a posição de segundo maior consumidor, não consiga agregar valor ao seu produto, principalmente ao arábica, cotado bem abaixo de seus principais concorrentes”, foi assim que os representantes do Escritório Carvalhaes abriram seu boletim técnico da semana passada.


Segundo eles, o último informe estatístico mensal da OIC (Organização Internacional do Café) pode ser usado para confirmar esta posição mais que centenária do País. “O informe mostra que, em fevereiro último, o Brasil foi responsável por 43,5% das exportações mundiais de café arábica! A esta excepcional posição devemos acrescentar o arábica consumido no Brasil, que, como dissemos, é o segundo mercado do mundo”.


A análise do Escritório ressaltou, também, que temos bem mais de 50% do consumo mundial destes cafés e não conseguimos comandar as cotações e agregar valor a eles como fazem nossos principais concorrentes. “Até hoje, nossos cafés não são aceitos para entrega na bolsa de Nova Iorque, termômetro e principal formadora de preços para o mercado físico de arábica, apesar de nossa posição de maior produtor e do grande volume de cafés de qualidade produzidos por nossos cafeicultores”.


Nas últimas semanas, em números arredondados, os cafés lavados da Colômbia e da América Central foram vendidos até 40 centavos de dólar acima dos níveis registrados em Nova Iorque (que cota café colombiano posto nos EUA), enquanto os arábicas brasileiros são vendidos até 20 centavos abaixo das cotações do mercado nova-iorquino.


“Sabemos que estas relações de preço não mudam do dia para a noite e envolvem muitas variáveis e interesses solidamente estabelecidos. No entanto, é preciso iniciar um processo para modificar esta correlação de preços e recompensar o imenso trabalho de nossos cafeicultores”, destacaram, completando que “agregar valor aos nossos cafés deveria estar no centro das preocupações de nossas lideranças e autoridades”.

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