São Paulo, 3 – Os contratos futuros de café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) podem estar em movimento de consolidação, por volta de 120 cents, base março. Agora de manhã o mercado estava sem direção definida.
Tecnicamente, os contratos têm resistência a 123,50 cents. O suporte é de 117,50 cents. “O mercado deve tentar consolidar em torno de 120,00 cents. Para buscar níveis mais altos, a ICE deve ter uma continuidade de compra dos fundos de investimento, como observado em janeiro”, informa o vice-presidente da Newedge Group, Rodrigo Costa.
Caso contrário, o mercado pode testar níveis mais baixos, principalmente considerando que o café brasileiro está barato. Os fundos comprados são uma ameaça ao mercado, em particular se os contratos testarem níveis mais baixos, como 115 cents e 110 cents, observa Costa.
Ele acrescenta que os diferenciais do café brasileiro com Nova York estão fracos. Em contrapartida, os preços dos cafés suaves da Colômbia estão firmes. Analistas ponderaram que, apesar das recentes preocupações com a lentidão das exportações de café da Colômbia e da América Central, reflexo de problemas com a colheita na região, as torrefadoras norte-americanas já haviam garantido, em setembro, os grãos de que precisavam para fazer frente ao pico da demanda de inverno.
Ontem, os contratos, base março, fecharam em alta de 0,70 (mais 85 pontos), a 119,75 cents. A mínima chegou a marcar 117 cents (menos 190 pontos), na parte da manhã. Indústria e especuladores compraram nas mínimas e deram suporte para que o café se recuperasse. O dólar, que abriu o dia em alta, perdeu fôlego e abriu espaço para a correção. O mercado fez máxima de 120,50 cents (mais 160 pontos).
No mercado futuro de café robusta da Bolsa de Londres (Liffe), o vencimento para março tem suporte a 1.628 dólares/tonelada. A resistência é de 1.750 dólares/t.
Hoje o dia será leve de indicadores econômicos. O único destaque nos EUA são os dados de vendas pendentes de imóveis residenciais usados, às 11h30. Alguns balanços importantes continuam a sair: Walt Disney, Merck, United Parcel Service (UPS), Motorola, Dow Chemical e Schering-Plough.
Na Europa, as bolsas oscilam, com o setor de telecomunicações dando motivos para altas após os resultados acima do esperado da Vodafone. O dólar subia ante o euro. O contrato do petróleo WTI para março subia, com preocupação sobre os efeitos dos cortes de produção da Opep.
Mercado físico firme
O mercado físico de café iniciou a semana com preços firmes. O produtor reluta em vender, sustentando as cotações. “Há muita resistência do vendedor”, informa um corretor de Santos (SP). Segundo ele, o mercado aos poucos vai ajustando as cotações para níveis mais altos, até que a oferta seja boa o suficiente para atender a demanda.
O corretor acrescenta que o mercado interno não tem acompanhado de perto o desempenho dos contratos futuros de arábica na Bolsa de Nova York. Os futuros reverteram perdas da manhã e subiram. O dólar fechou em leve alta de 0,43%, a R$ 2,3250.
Na praça de Santos, o comentário é que a torrefadora Sara Lee teria adquirido café cereja descascado, com 10% de catação, posto em Varginha, no sul de Minas, a R$ 305 a saca de 60 kg. Café tipo 6, bebida dura, com 10% de catação, está cotado a R$ 290 a saca. Café tipo 6, bebida dura, com 15% de catação, vale entre R$ 280/R$ 285 a saca. Produto para consumo interno tem preço cotado a R$ 240 a saca.
O valor à vista em reais do indicador do café Arábica calculado pela Esalq ficou em R$ 280,68/saca (+2,20%). Em dólar, o valor ficou em US$ 120,72/saca (+1,76%). A prazo, a cotação ficou em R$ 282,28/saca (+2,20%).
Os preços do café no mercado interno, em dólar, em dezembro passado, mantiveram movimento queda do mês anterior. A informação é do Conselho dos Exportadores de Café (Cecafé).
De acordo com o Cecafé, a partir de julho de 2008 é possível observar um alargamento entre os preços dos cafés bebida dura e riada. No período, os cafés bebida dura, de melhor qualidade, para exportação, recuaram 30% saindo de US$ 157,32 a saca de 60 kg para US$ 108,72. Os cafés bebida riada saíram de US$ 148,16 para US$ 88,55 no período, acumulando queda de 40%.