Desemprego ronda produção de café por causa da rentabilidade

19 de janeiro de 2009 | Sem comentários Análise de Mercado Mercado
Por: 18/01 00:00 - A Gazeta - MT

Tomas Okuda
São Paulo/AE


A elevação dos custos de produção e o baixo preço recebido pelos cafeicultores desencadearam um processo de demissões na atividade. Na região de Guapé, pequeno município no sul de Minas, o Sindicato dos Produtores Rurais local anotava 456 trabalhadores fixos na atividade em 31 de outubro passado. Na semana passada os associados mantinham registrados no sindicato apenas 259 trabalhadores, informa o agrônomo e diretor da entidade, Armando Matielli.


Ele calcula que a região tem 3.600 hectares com café, o que representaria desemprego de 55 trabalhadores registrados para cada mil hectares. Considerando que o número de trabalhadores fixos é equivalente ao de temporários, o total de demitidos alcançaria 110 trabalhadores para cada mil hectares. “Como o Brasil tem 2,35 milhões de hectares com café, podemos estimar que o desemprego direto atinge 258.500 trabalhadores”.


O impacto da mão de obra na cafeicultura está estimado entre 50% a 60% do custo de produção. O agrônomo, que demitiu no ano passado 13 de seus 32 trabalhadores em sua fazenda de café, afirma que é perceptível o empobrecimento nas comunidades rurais ligadas à atividade.


Segundo ele, em Três Pontas, também no sul de Minas, a prefeitura local chegou a decretar estado de calamidade pública, considerando os 2 mil desempregados na zona rural. Ele pondera que, quando um problema dessa natureza ocorre na indústria automobilística, por exemplo, é simples quantificar os danos, pois o universo é de apenas dezenas de montadoras. No campo, porém, é diferente. Conforme dados de Matielli são cerca de 5 milhões de propriedades rurais, das quais 320 mil vivem do café, em cerca de 1.900 municípios. Estima-se que a cafeicultura gere 8 milhões de empregos, diretos e indiretos.


 

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