INFORMATIVO CEPEA – CAFÉ ROBUSTA
Análise Econômica Mensal
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO • ESCOLA SUPERIOR DE AGRICULTURA “LUIZ DE QUEIROZ”
jan 16, 2009
Falta de chuva limita oferta de grãos de maior calibre
Em 2008, a colheita de robusta no Espírito Santo começou entre abril e maio, enquanto em Rondônia, segundo maior produtor nacional da variedade, teve início um pouco antes, em março. Em ambos os estados, as atividades de campo terminaram em julho. No ES, as chuvas os primeiros meses de 2008 foram benéficas às lavouras, mas não suficientes para aumentar o calibre do grão, que foi menor por conta da seca durante o desenvolvimento das floradas.
Desse modo, foram necessários mais grãos de robusta para completar uma saca de 60 kg. Com a oferta reduzida do tipo 6 peneira 13 acima, as comercializações estiveram limitadas para este tipo no final de 2008.
No caso de Rondônia, as chuvas ocorridas em agosto de 2008 favoreceram a abertura das primeiras floradas no parque cafeeiro local. Já nas áreas capixabas, o volume hídrico não foi suficiente para estimular florações naquele período. A estiagem deixou produtores da região preocupados quanto à produtividade da próxima safra (2009/10). Na segunda quinzena de setembro, com o clima favorável, novas floradas de robusta abriram de forma satisfatória em boa parte dos cafezais capixabas e rondonienses. Neste sentido, a safra 2009/10 de robusta poderá ser inferior à 2008/09, de acordo com agentes de mercado consultados pelo Cepea.
Apesar de a variedade sofrer menor influência da bienalidade da cultura, o clima desfavorável
no período de desenvolvimento de floradas pesou para a redução da produtividade nas lavouras. De acordo com a primeira estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) da safra 2009/10, divulgada dia 8 de janeiro, a produção de robusta deverá ser de 10 a 10,5 milhões de sacas de café beneficiado, o que indica desde uma redução de 4,5% a um acréscimo de 0,4% frente à temporada anterior. O Espírito Santo se destaca como o maior produtor da variedade, com 69,1% da produção.
Robusta valoriza, mas remuneração é baixa
Entre julho e dezembro de 2008, o robusta tipo 6 do ES teve média de R$ 219,27/sc, valor superior ao comercializado no mesmo período do ano anterior, de R$ 204,44/sc. Comparado ao custo estimado por saca de robusta no ES pela Conab para esta safra, a remuneração do produtor ficou abaixo do ideal, tendo em vista que o custo total de produção foi R$ 261,40/sc. O custo operacional (somente os desembolsos) foi de R$ 240,95/sc.
Em dezembro, um volume um pouco maior de robusta brasileiro foi demandado para exportação, no intuito de cobrir o atraso na colheita do Vietnã, sustentando s preços no início de dezembro. Com a aproximação das festas de fim-de-ano, contudo, a falta de interesse de compradores desacelerou o ritmo de negociações no final do mês.
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