A produção mundial de café em 2008/09 deverá totalizar 138,4 milhões de sacas de 60 kg, ainda marcando um recorde, apesar da redução de 2,2 milhões de sacas na comparação com a estimativa de junho, de acordo com projeção do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgada no site da entidade, segundo informou a Agência Safras.
A safra de café do Vietnã foi reduzida em dois milhões de sacas, para 19,5 milhões de sacas. A safra brasileira 2008 está estimada em 51,1 milhões de sacas, e a da Colômbia em 12,2 milhões de sacas, mantendo as produções de junho.
Conforme avaliação do USDA, os estoques finais de café nos países produtores e importadores deverão crescer 5,1 milhões de sacas, totalizando 39,6 milhões de sacas em 2008/09, ante as 34,5 milhões de sacas da safra 2007/08.
Conforme o USDA, a expectativa de crescimento nos estoques é resultado do recorde de produção no Brasil. Desde 2003/04, os estoques finais têm recuado, guiados pelo ciclo bianual da safra brasileira.
O nível dos inventários continuará atraindo atenções consideráveis, uma vez que o Brasil estará no ciclo de baixa produtividade em 2009/10. Nos últimos seis anos, a diferença de produção de um ano para outro foi, em média, de 11,5 milhões de sacas.
O USDA salienta que o indicador diário de preço composto da Organização Internacional do café (OIC) recuou 15% entre setembro e novembro. Entre fevereiro e o princípio de março, os preços haviam acelerado, puxados por ações especulativas de fundos e “hedgers”.
No entanto, em meados de março as cotações experimentaram um mini-“crash”, uma vez que a maior parte desses fundos reduziram sua exposição no café, para cobrirem margens de investimentos em outras áreas, devido à crise global de crédito. O movimento foi seguido por mais um movimento baixista, em resposta à significativa volatilidade dos mercados acionários mais importantes do planeta.
Arnaldo de Sousa