São Paulo, 5 de Dezembro de 2008 – O volume de café solúvel embarcado em novembro despencou 32% com a redução nas compras da Rússia, um dos maiores consumidores mundiais desse tipo de bebida. Segundo informações do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), as vendas desse tipo de café totalizaram 195,28 mil sacas ante 289,9 mil sacas do ano anterior. Mesmo assim, a receita com as exportações de café em novembro atingiram US$ 450 milhões, crescimento de 20% em relação ao mesmo período de 2007.
As informações do Cecafé mostram ainda que o volume embarcado somou 2,88 milhões de sacas de 60 quilos, número 14% maior que 2007. O setor revela que já sente as alterações na receita por causa do recuo de 4,3% nos preços internacionais do café. Segundo informações da associação, a cotação da saca recuou de US$ 163 para US$ 156 em novembro. No acumulado do ano a receita foi 20% maior que 2007 e atingiu US$ 4,2 bilhões para um total de 25,99 milhões de sacas.
Guilherme Braga, diretor geral do Cecafé, revela que o setor ainda sofre com os Adiantamentos sobre Contratos de Câmbio (ACC). “O crédito existe, mas está muito caro em relação ao que era oferecido no início do ano”. Segundo disse, uma das opções para melhorar a condição do setor seria agilizar a liberação dos créditos fiscais acumulados junto à Secretaria da Receita Federal. A estimativa do setor é que R$ 400 milhões estão em posse do governo, enquanto parte disso já deveria ter restituída nos termos da lei. “Isso aumentaria a liquidez do setor e reduziria a dependência de crédito, que está cada vez mais caro”.
No que diz respeito à crise mundial, Braga explica que não vê mudanças significativas no consumo mundial de café verde. “O valor unitário é muito baixo e o produto já está incorporado à dieta diária”. Ele ainda explica que a redução no custo com os preços da matéria-prima favorecem o setor. “A não ser que haja algum problema na próxima safra brasileira. Mas ainda é muito cedo para falar disso”.
StarBucks cortará gastos
A Starbucks, rede americana que possui a maior cadeia mundial de cafeterias, anunciou que fará cortes de US$ 200 milhões nas despesas em 2009. Segundo a agência Bloomberg News, serão fechadas 600 lojas nos Estados Unidos e 61 na Austrália, além de eliminar mil empregos. As vendas das lojas da companhia recuaram 9% no último trimestre deste ano. A empresa afirma que deverá reaproveitar parte dos funcionários