Fornecimento de café na Venezuela normalizará em duas semanas

2 de dezembro de 2008 | Sem comentários Comércio Exportação

A escassez do produto ocorreu devido à demora na definição do preço, depois de esgotar os grãos para comercialização


Em aproximadamente 15 dias espera-se a regulação do fornecimento de café nos centros comerciais da Venezuela, que foram afetados por uma relativa escassez do produto. Segundo os produtores a demora para distribuição do grão se deve ao atraso na fixação dos novos preços para o café.


\”Uma vez que os novos preços ao produtor e ao consumidor não foram corrigidos a tempo, os canais de distribuição ficaram sem café para comercialização. Levará cerca de duas semanas para que o fornecimento à indústria e ao mercado volte ao normal\”, disse Vincent Pérez, vice-presidente da Fedeagro e porta-voz dos produtores. Ele negou que problemas climáticos tenham limitado a disponibilidade do produto nas prateleiras.


Ele salientou que não é verdade que as chuvas dos últimos dias tenham afetado a colheita do café, muito pelo contrário, contribuíram para acelerar o amadurecimento dos grãos.


Pérez observou que ante a pouca disponibilidade do grão de qualidade, intermediários e torrefadoras estão pagando acima do preço estabelecido em setembro pelo Governo Nacional, que fixou o quintal (saca de 46 kg) de café tipos A e B em Bs.F 465 (US$ 216,28), enquanto o preço do café de qualidade inferior foi estabelecido em Bs.F 405 (US$188,37).


Entretanto, ele observou que a baixa margem de lucro entre os diferentes tipos de café, está afetando a qualidade do produto final. \”Para que o café tenha todo o seu aroma, a colheita é realizada em três etapas para escolher somente grãos maduros. Porém, aumenta o gasto com mão-de-obra, tendo em vista que são despendidos três turnos para realizar tal tarefa. Dado que a margem é pequena, são colhidos grãos maduros e verdes, visando reduzir os custos de produção, o que compromete a qualidade do café que chega aos consumidores\”, disse ele.


A fim de evitar o contrabando da commodity em direção a Colômbia, os produtores solicitaram ao Governo o estabelecimento do preço pago a indústria em cerca de Bs.F 555 (US$ 258,14) o quintal, valor este oferecido no mercado internacional.


No entanto, o preço oficial deixa uma lacuna de pelo menos 80 Bs.F (US$ 37,21) entre o montante recebido pelos produtores no mercado interno e o preço que conseguiria se vendesse sua produção no mercado externo.


Esta situação, disse o dirigente, tem resultado em um menor investimento na produção cafeeira, o que afeta diretamente na produtividade por hectare.


Na mesma linha, os produtores e a indústria concordam que a política de unificação dos preços tem prejudicado a qualidade da bebida. \”O consumidor paga as conseqüências de uma política inadequada, uma vez que o preço em Bs.F 18,45 (US$ 8,58) para todos os tipos de café levou ao desaparecimento de produtos de qualidade\”, disse Perez.


Por outro lado, Vicente Pérez advertiu para a eminente queda da colheita nacional na safra atual, devido à bienalidade da cultura.


\”O café é uma cultura cíclica. No ano passado tivemos uma colheita de cerca de 1,5 milhões de quintais (1,15 milhões de sacas de 60 kg), mas este ano a produtividade irá cair. Acreditamos que a diminuição será de pelo menos 20%. Alguns produtores dizem que haverá uma queda de 50%”, disse Pérez.


Segundo estimativas da Fedeagro, na Venezuela são consumidas anualmente cerca de 1,2 milhões de quintais (920 mil sacas de 60 kg). Por isso, caso ocorra uma maior diminuição da colheita ou houver “desvios” para outros mercados, haverá a necessidade de importação do grão.


As informações partem de agências internacionais, conforme noticiou o Café e Mercado.

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