Gilberto Braga: “compra da Starbucks não compensa”

28 de novembro de 2008 | Sem comentários Análise de Mercado Mercado

Gilberto Braga: “compra da Starbucks não compensa”
 



O gerente da Federação Colombiana de Cafeicultores (Fedecafé), Gabriel Silva, propôs uma aliança entre os países produtores de café para comprar a Starbucks e ter assim um canal de distribuição próprio. Para Silva, os países produtores devem aproveitar a queda das ações da rede americana de US$ 45 para US$ 8 por conta da crise financeira internacional.


Para o diretor geral do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), Guilherme Braga, a idéia dos países produtores do grão terem um canal direto de vendas não é desprezível. Porém, do ponto de vista da matéria-prima, não é compensador comprar a Starbucks.


“A empresa não chega a consumir 1% do volume embarcado por todos os países exportadores, que é de cerca de 80 milhões de sacas de 60 quilos do grão. Diante disso, não é justificável o investimento”, afirma. Segundo Braga, seria um negócio de alto risco, que requer muito investimento, tanto para a compra como para a manutenção da empresa, que passa por sérios momentos de dificuldade, inclusive com o fechamento de lojas em diversos países nos quais tem atividade.


“O mercado de cafeterias é extremamente competitivo e o preço da empresa é quase o valor total dos embarques mundiais de café”, diz. Para Braga, o valor de mercado da Starbucks estaria entre US$ 8 bilhões e US$ 10 bilhões, enquanto que a receita das exportações mundiais de café está em aproximadamente US$ 13 bilhões no ano. “Mesmo com as ações da empresa em queda, ainda não seria atrativo para os produtores a compra.”


Depois de cair no vermelho no terceiro trimestre de seu exercício 2007/08, a Starbucks continuou em baixa no quarto trimestre e anunciou, no início do mês, um lucro anual reduzido pela metade, num momento em que seus espressos e cappuccinos padecem de uma forte concorrência de cadeias de baixos preços, como o McDonalds e o Dunkin Donuts. As informações são de Ana Paula Quintela, do Diário do Comércio e Indústria/SP.

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