Confiança na estabilidade do mercado
14 de Novembro de 2008 – A torrefadora de café italiana Illycaffe não acredita que crise financeira internacional deverá afetar as vendas globais de café. Anna Illy, representante para países produtores da Illy e filha do fundador da empresa, Ernesto Illy, afirmou que está otimista. Para ela, a demanda mundial continuará estável no curto prazo. A executiva lembra porém que não tem “bola de cristal” para prever a direção dos preços no meio dessa profunda crise financeira global, afirmou uma dirigente da empresa.
Anna Illy afirmou que os problemas financeiros que afetaram os preços de commodities não foram suficiente para levar a companhia intaliana de café a mudar os planos de compra de grão, mesmo neste momento em que os investidores se mostram inquietos sobre os efeitos que poderam provocar uma recessão global.
“Podemos esperar que o consumo de café não vai cair. O que pode ocorrer, no máximo, é a demanda permanecer vai ficar estável”, afirmou Anna, referindo-se a um relatório de mercado sobre como o consumo de café cresce em épocas de crise. “Abrimos novos mercados com frequência e isso nos ajuda a crescer, e vemos que o café de alta qualidade que oferecemos é bem aceito”, acrescentou ela, em uma visita a Bogotá.
A Organização Internacional do Café anunciou nesta semana que um déficit no mercado em 2009/10 ajudará a elevar os preços, com a demanda crescente e a esperada queda da safra no Brasil, o maior produtor mundial, no ciclo de baixa do arábica.
A crise de crédito e os altos custos também poderiam afetar a produção, segundo a OIC. “Não temos bola de cristal, então não sabemos onde os preços estarão”, disse Anna.
“Eu não acho que haverá um grande déficit, porque há ainda algum café nos países produtores. Claro, os estoques estão menores, mas eu não acho que haverá um período difícil”.
Produtores e exportadores de café da Colômbia, o terceiro produtor global, confiam nos fundamentos para ver uma recuperação nos preços, com os estoques permanecendo baixos e a demanda se segurando em meio a temores de recessão.
A Colômbia prevê produzir 1,8 milhão de sacas de café especiais neste ano e vê um volume crescendo para 2 milhões de sacas em 2011.
A Illy, uma torrefadora de cafés premium, comprou 10 mil sacas de café da Colômbia neste ano, contra 4,5 mil sacas na temporada passada e 2.250 sacas em 2002.
kicker: Anna IllY, filha do fundador da Illycaffe, não acredita que a crise financeira irá abalar o mercado internacional de café