Expocacer quer aumentar exportação de café apesar de quebra de safra

Cooperativa esperar elevar os embarques em 2025 em 22%

Por Globo Rural

A Cooperativa dos Cafeicultores do Cerrado (Expocacer), com sede em Patrocínio (MG), espera aumentar em 22% as exportações de café em 2025, em relação às 550 mil sacas de 60 quilos embarcadas no ano passado. Em 2024, as exportações da cooperativa tiveram aumento de 41%.

“Estamos programando em torno de 670 mil sacas de exportação de café. Nossa capacidade de originação será maior, mesmo com expectativa de uma safra menor por conta do clima”, afirmou Simão Pedro de Lima, diretor presidente executivo da Expocacer.

A cooperativa, que reúne 740 produtores, estima uma originação entre 1,5 milhão de sacas e 1,6 milhão de sacas em 2025, ante 1,5 milhão de sacas originadas no ano passado – embora o cenário de produção na região do Cerrado seja de queda na produção de 10% a 15% em relação ao ano passado, por conta do clima.

Simão Pedro de Lima, diretor presidente executivo da Expocacer — Foto: Divulgação
Simão Pedro de Lima, diretor presidente executivo da Expocacer — Foto: Divulgação

“Essa é a visão com base na fotografia atual. Até abril, se tiver algum problema de seca ou uma amplitude térmica muito grande, pode ser que haja quebra”, afirmou Lima. O executivo acrescentou que, mesmo com uma safra menor na região do Cerrado, a cooperativa espera um nível de originação igual ou maior que no ano passado com o aumento do volume que os produtores entregam para a Expocacer. Os produtores atualmente entregam em torno de 35% da produção para ser vendida pela cooperativa.

Em 2024, a Expocacer ampliou a carteira de clientes, com vendas diretas para torrefadoras e a abertura de um hub (centro logístico) nos Estados Unidos, que permitiu a venda fracionada de café.

“Em 2025 temos a abertura de um segundo hub, na Inglaterra, e o desenvolvimento de parcerias no mercado coreano, o que vai originar mais contratos”, afirmou Lima. A operação na Inglaterra está prevista para ser inaugurada até abril, a tempo de vender a nova colheita.

A Expocacer exporta para 35 países e tem como principais destinos França, Bélgica, Japão, Itália, Reino Unido, Espanha, Coreia do Sul e Estados Unidos.

A cooperativa também cita o aumento do consumo entre a população mais jovem e a maior procura por produtos sustentáveis como fatores que favoreceram os embarques. Em 2024, a cooperativa obteve aprovação do aprovação do ECO By Expocacer, protocolo de sustentabilidade exclusivo reconhecido pela Plataforma Global do Café (GCP), como equivalente ao Código de Referência de Sustentabilidade do Café, com garantia de segunda parte.

De acordo com a Mordor Intelligence, o mercado global de café movimenta US$ 132 bilhões e deve chegar a US$ 166 bilhões até 2029, com uma taxa média anual de crescimento de 4,72%.

Em relação à velocidade nas vendas antecipadas, Lima disse que o ritmo está mais lento neste ano, representando em torno de 20% do volume previsto para ser produzido. A média histórica para o período é de 30%.

“O produtor já previa uma safra menor então se comprometeu menos. Além disso, o spread negativo desmotiva a venda”, afirmou o executivo. Lima faz referência ao fato dos preços futuros do café estarem abaixo do preço atual no mercado spot. A cotação do café na bolsa de Nova York está 31 centavos de dólar por libra-peso abaixo do preço no mercado à vista.

“Esse spread negativo não é atrativo para o produtor, que vai comprar insumo mais caro”, afirmou. Lima considera que os preços do café devam ficar entre US$ 3 e US$ 3,26 por libra-peso.

Em 2024, a Expocacer atingiu uma receita de R$ 1,84 bilhão, ante R$ 1,35 bilhão em 2023, avanço de 36%. Da receita total, R$ 840 milhões foram obtidas com as exportações diretas, enquanto as vendas para o mercado interno (que inclui vendas para tradings exportadoras situadas no Brasil) somaram R$ 1 bilhão.

Em volume, houve aumento de 40% nas exportações e de 15% nas vendas internas, totalizando 1,4 milhão de sacas.

Lima citou como desafios para ampliar as exportações a falta de contêineres e de espaço nos navios para o embarque da commodity, além dos conflitos internacionais. “Não sabemos como fica a situação americana com a entrada do Donald Trump, se vai adotar medida de protecionismo maior contra o café do Brasil”, acrescentou Lima.

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