A revisão baseia-se em padrões climáticos irregulares que afetaram negativamente o desenvolvimento especialmente das árvores de café arábica
Porto Alegre, 21 de novembro de 2024 – O adido agrícola do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) reduziu sua estimativa para a produção de café do Brasil na safra 2024/25 para 66,4 milhões de sacas de 60 quilos, queda de 5,8% em relação à previsão anterior, de seis meses atrás (69,9 milhões de sacas. A revisão baseia-se em padrões climáticos irregulares que afetaram negativamente o desenvolvimento especialmente das árvores de café arábica.
Mesmo assim, a produção de café do ano 2024/25 do Brasil ainda está projetada para ficar um pouco acima das 66,3 milhões de sacas estimadas para o ano 2023/24.
Para 2024/25, a produção de café arábica deverá atingir 45,4 milhões de sacas, um aumento de 1,1% em relação à temporada anterior, estimada em 44,9 milhões de sacas. A produção de Robusta/conilon está projetada em 21 milhões de sacas, quase 2% inferior as 21,4 milhões de sacas projetados para a safra 2023/24. Essa diminuição se deve às condições climáticas adversas durante o desenvolvimento das flores e frutos.
A colheita 2024/25 deverá ser inferior ao inicialmente previsto devido à falta de chuvas e às temperaturas acima do normal, agravadas pelos efeitos do El Niño no segundo semestre do ano passado.
A produção de café no Brasil tem sido afetada por padrões climáticos erráticos, como períodos de altas temperaturas com pouca ou nenhuma chuva. Maio registou as temperaturas mais quentes da última década, com precipitações abaixo da média. Como resultado, os frutos do café em diversas regiões amadureceram muito rapidamente, resultando em grãos menores. No entanto, as plantas que permaneceram em boas condições recuperaram bem.
Exportações e consumo doméstico
Enquanto isso, as exportações de café em 2024 atingiram recordes, à medida que o Brasil expande sua participação no mercado global, ocupando uma lacuna deixada por outros grandes produtores, como Vietnã e Indonésia.
Para 2024/25 (julho-junho), o adido do USDA reduziu sua previsão para exportações totais de café para 44,25 milhões de sacas, queda de 5,3% em relação às exportações de 2023/24. Esse declínio é atribuído às expectativas de recuperação das exportações de produtores importantes, como Vietnã e Indonésia, que estão recuperando participação no mercado internacional à medida que suas safras se tornam disponíveis. As exportações de 2023/24 são estimadas em 46,7 milhões de sacas, um aumento de 6,6% em relação à projeção anterior. Essa revisão se deve principalmente ao papel significativo do Brasil no fornecimento de grãos verdes para compensar o déficit de outros países produtores que têm lutado com baixas safras.
À medida que os preços do café continuam subindo, as exportações brasileiras atingiram novos recordes. Em setembro de 2024, 4,5 milhões de sacas de 60 kg de café foram vendidas, marcando um aumento de 33% em relação às 3,3 milhões de sacas exportadas em 2023. Entre os 113 países que importaram café brasileiro, os Estados Unidos continuam sendo o principal comprador, seguidos pela Alemanha, Bélgica, Itália e Japão.
O adido do USDA manteve ainda sua previsão para o consumo doméstico total de café do Brasil para 2024/25 em 22,67 milhões de sacas (21,7 milhões de sacas de torrado/moído e 970.000 sacas de café solúvel).
Embora o café seja a segunda bebida mais consumida no Brasil, atrás apenas da água, os altos preços no varejo impediram que o consumo crescesse exponencialmente.
Fábio Rübenich / Safras News
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