Brasília, 14 de Outubro de 2008 – A Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) levou proposta aos ministérios da Fazenda e Agricultura de redução do recolhimento de compulsórios sobre os depósitos a vista para socorrer o agronegócio. Os valores seriam destinados a recompor parte dos Plano Safra 2008/09, anunciado em julho pelo presidente, de cerca de R$ 70 bilhões. Porém, os montantes encolheram em R$ 9 bilhões em razão da redução dos depósitos à vista no sistema financeiro.
“A redução de R$ 9 bilhões no recolhimento de compulsório sobre os depósitos a vista seriam suficientes para atender o setor”, disse o assessor econômico da Febraban, Ademiro Vian. A quantia eqüivale a uma redução de 8% do recolhimento de compulsório. Para Vian, os recursos seriam destinados ao financiamento do custeio agrícola. Para essa modalidade, o governo já anunciou R$ 30 bilhões. Mas segundo a Febraban, os recursos encolheram para R$ 21 bilhões, porque os depósitos à vista não estão sendo feitos.
Vian informou que a proposta foi levada aos dois ministérios há 15 dias e até agora não obteve nenhuma resposta. Os dois ministérios não quiseram falar sobre assunto. Para Vian, a nova medida do Banco Central (BC), anunciada ontem, não vai irrigar o agronegócio que, neste caso, depende dos recursos do recolhimento de compulsórios sobre os depósitos à vista.
O BC não vai recolher compulsórios sobre depósitos a prazo, sobre interfinanceiros e sobre a exigibilidade adicional de depósitos à vista e a prazo. Neste caso, a Febraban diz que a eliminação do recolhimento sobre os depósitos à vista é sobre uma parcela remunerada pela Selic e que não vai para o campo.