Esse é o oitavo ano consecutivo que o consumo avança no país; exportação do segmento teve evolução mais discreta, de 0,4%, chegando a 86,5 mil toneladas
Os brasileiros consumiram o volume recorde de 24,248 mil toneladas (equivalentes a 1,05 milhão de sacas de 60 kg) de café solúvel no ano passado, o que representou evolução de 5,2% em relação a 2022 e implicou o oitavo avanço anual consecutivo na série histórica. Os dados fazem parte do relatório anual divulgado pela Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel (Abics).
Já as importações de café solúvel de todos os tipos, 100% realizadas pelas empresas filiadas à entidade, tiveram queda significativa de 32,7% ante 2022, recuando a 423,4 toneladas, ou 18.345 sacas. “É um volume pequeno, mas que ajuda na oferta de mais opções aos consumidores brasileiros”, comenta o diretor de Relações Institucionais da Abics, Aguinaldo Lima.
Conforme ele, o crescimento contínuo no consumo de café solúvel no Brasil reflete os investimentos realizados pelas indústrias do setor, que ampliam seu portfólio de produtos, e as ações de promoção e capacitação realizadas pelo segmento, como o projeto setorial “Cria e Curta”, desenvolvido com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil); a implantação do protocolo de análise sensorial, em conjunto com o Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL); os cursos de formação de especialistas na aplicação dessa metodologia, denominados “IC Grader” (Instant Coffee Grader); e a campanha nas redes sociais “Descubra Café Solúvel”, que proporciona maior percepção das qualidades e da versatilidade do produto pelos consumidores brasileiros.
“Com essas ações, o café solúvel se torna mais conhecido pela população do Brasil e, ao cair no gosto popular, seja em forma de bebida ou no preparo de diversos pratos da gastronomia, vem registrando altas consecutivas no consumo”, explica.
Lima completa que, como muitas dessas ações também tem foco no exterior, como o projeto com a ApexBrasil – Explore & Enjoy, na sua versão internacional – e o protocolo de avaliação sensorial, isso impõe maior protagonismo e amplia a visibilidade no mercado global.
“Aliadas à capacidade de nossas indústrias em fornecer produtos com valor agregado em tecnologias, qualidade, volume e competitividade, tais iniciativas consolidam a posição do Brasil como líder mundial em produção e exportação”, anota.
EXPORTAÇÕES
Os embarques de café solúvel do Brasil somaram 86,516 mil toneladas (3,7 milhões de sacas) em 2023, registrando leve alta de 0,4% na comparação com o volume remetido ao exterior de janeiro a dezembro de 2022. A receita cambial obtida com as remessas do produto ao exterior totalizou US$ 701,3 milhões, apresentando recuo de 1,1% no mesmo intervalo comparativo.
O principal destino do café solúvel brasileiro no ano passado foram os Estados Unidos, que adquiriram 16,205 mil t, ou 9,2% a menos do que um ano antes. Na sequência, vêm Argentina, com a importação de 8,273 mil t (+18,6%); Japão, com 5,350 mil t (+23,4%); Indonésia, com 5,219 mil t (-15,7%); e Finlândia, com 5,034 mil t (+38,8%).
A Rússia, grande cliente do Brasil há décadas, sempre ocupando as primeiras posições no ranking dos principais destinos, caiu para o 19º lugar em 2023, com o desempenho sendo impactado pela continuidade da guerra contra a Ucrânia. No ano passado, os russos importaram 1,310 mil t, aferindo queda de 58% frente às 3,117 mil t registradas em 2022.
“Contudo, a despeito das restrições internacionais, é possível que seu abastecimento com café solúvel venha sendo complementado por alguns países vizinhos, como a Finlândia, que, de comprador residual do produto brasileiro, passou a figurar na sexta posição, em 2022, e na quinta posição em 2023”, pondera o diretor da Abics.
Confira todas as informações sobre o segmento no ano passado no Relatório do Café Solúvel do Brasil – 2023, disponível no site da Abics: www.abics.com.br.
Assessoria de imprensa ABICS
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