Colômbia estabelece medida de preço mínimo
O Governo Nacional e a Federação Nacional de Cafeicultores da Colômbia estabelecem novas medidas para a cafeicultura.
“A medida de garantir um preço mínimo nas próximas colheitas ou pelo menos em parte delas, é muito positiva, ainda que seja justo quando não há café”, afirmou o Presidente do Comitê Departamental dos Cafeicultores, Marcelo Salazar Velásquez.
Velásquez se refere à decisão de fixar um preço mínimo de US$ 94,52 a saca de 60 kg de café, quando o preço interno ficar abaixo desse valor. Isso se aplicaria para 50% da produção anual.
Entretanto, Gonzalo Días, cafeicultor do município de Herveo Tolima, ainda se pergunta como controlarão o valor dos fertilizantes, pois, com esse preço mínimo somente recuperariam os custos de produção.
Em meio a este panorama, vários produtores do estado de Caldas, e em geral da Colômbia, começaram a discutir as novas medidas para reduzir os problemas do setor nos próximos 3 anos.
De parte em parte
Entre os primeiros a aplaudir a medida, estava o Presidente da Associação de Exportadores Privados de Café (Asoexport), Jorge Lozano Mancera. Mas ele ainda não conhece em detalhe as decisões. A medida se trata de uma política construtiva e bem estudada.
“É muito louvável seu compromisso de estender a mão para ajudar esta atividade, que não representa mais o que já foi há alguns anos. Mas, continua sendo o cultivo mais importante do país”, afirmou Mancera.
Segundo Mario Gomez, Membro Principal de Caldas, do Comitê Nacional de Cafeicultores, as novas decisões são experimentos bons que os organismos internacionais examinaram como exemplo mundial.
“Somente o preço de sustentação, evidencia a maturidade da associação e a compreensão do Governo para fixar um valor equivalente aos custos de produção durante os próximos 3 anos”, disse Gomez.
“Haverá quem diga que, se hoje o café está a US$ 269,19, sem embargo, é preciso recordar que há pelo menos um mês que estava a US$ 204,39 por carga, US$ 29,91 abaixo do custo de produção. Vivemos em um mundo globalizado e por isso mesmo com muitas variáveis econômicas em permanente volatilidade”, afirmou Gomez.
O aumento do preço dos fertilizantes é outra dor de cabeça, mas, considerou que é um tema que pertence a toda cafeicultura. Se continuar essas valorizações chegará o momento em que o Estado terá que ajudar toda a agricultura através de subsídios.
Responsabilidade do cafeicultor
O Presidente do Comitê Departamental dos Cafeicultores de Caldas, Marcelo Salazar Velásquez, ressaltou o compromisso do Governo para seguir revisando o preço, uma ou duas vezes ao ano.
Na sua opinião, o cafeicultor também terá que adotar novas fórmulas para vender seu grão. Além da medida de sustentação, as novas disposições devem indicar o fortalecimento das vendas a futuro, de tal forma que o cafeicultor fixe melhores preços desde agora.
Os dados indicam que, hoje, Caldas produz 1,7 milhões de sacas de 60 kg de café. Desse total, pelo menos 200 mil sacas estão sendo vendidas a futuro.
Como funcionará o preço de sustentação?
De acordo com a Federação Nacional dos Cafeicultores, o novo seguro de remuneração que permitirá fixar um preço mínimo de café é mais simples do que parece.
1. Para consentir ao mecanismo, o primeiro passo consiste que os cafeicultores vão aos comitês e comprem uma opção pelas arrobas (sacas de 15 kg) que pensam vender a futuro.
2. O cafeicultor pode fazer uso dessa opção baseado nas próximas safras, tendo em conta que estas proteções dependem do mercado futuro.
3. Essa opção pode ser comprada por um valor de US$ 0,5 por arroba de café, para sustentar o preço. Isto significa que se vender 500 arrobas de café, comprará um seguro por US$ 249,25.
4. Cada cafeicultor poderá cobrir até 50% da sua produção com este seguro, para o qual o Sistema de Informação Cafeeiro (Sica) conta com um estudo detalhado do nível de cada cafeicultor.
As informações partem de agências internacionais.
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