Nova York deve monitorar evolução do furacão Gustav

Por: AGÊNCIA ESTADO

A volatilidade do mercado futuro de café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) pode continuar forte, com a aproximação do furacão Gustav na costa dos Estados Unidos, na região da Louisiana. Ontem os contratos subiram, mas perderam força no fim do dia.


Um operador da Corretora Newedge informa que o mercado abriu ontem inalterado, mas ganhou força com a possibilidade de o furacão alcançar a costa dos EUA na segunda-feira, na região da Louisiana, conforme projeções de meteorologistas. Em agosto de 2005, o furacão Katrina provocou mortes em New Orleans. A bolsa chegou a desabilitar alguns armazéns de café, em virtude de perdas provocadas pelas chuvas. “O mercado tende a precificar risco de danos materiais”, explica a fonte.


No fim do dia, porém, os operadores “caíram na real”, avaliando que ainda é cedo para se conhecer qual será o rumo tomado pelo furacão e muito menos com que grau de devastação atingirá a costa dos EUA. “As projeções (sobre o caminho do furacão) são extremamente imprecisas”, diz o operador.


Desde o dia 15 de agosto até ontem, a máxima do contrato para dezembro subiu 1.320 pontos, cerca de 9,5%, de 139,05 cents para 152,25 cents. “A alta mostrou-se exagerada e o mercado realizou lucro”. Dezembro fechou em leve alta de 0,10% (mais 15 pontos), a 148,10 cents. A máxima bateu 152,25 cents (mais 430 pontos). A mínima foi de 147,55 cents (menos 40 pontos).


Mas os contratos podem voltar a subir, na avaliação do operador, “se o furacão realmente se dirigir para a Louisiana”. Segunda-feira será feriado nos Estados Unidos e os vendidos vão querer dormir comprados durante o fim de semana prolongado. Tecnicamente, os contratos podem tentar a mínima de 147,55 cents e se consolidar. Em seguida, os suportes são de 146,50 cents e 145 cents. A resistência é de 150 cents e a máxima de 152,25 cents.


Em contrapartida, o volume de contratos em aberto não é animador. Até ontem, o volume era de 126.493 lotes. “Mas a demanda por commodities parece diminuir”. “Não há respaldo de compra de investidores institucionais e de grandes fundos”, acrescenta a fonte.


Na semana encerrada no dia 19 de agosto, os fundos de investimento reduziram o saldo líquido comprado ao menor nível desde 24 de julho de 2007, quando o saldo era de 7.445 lotes. No dia 19 de agosto, o saldo comprado era de 8.982 lotes, segundo relatório da Commodity Futures Trading Commission (CFTC).


Além disso, a recente alta de preços não guarda relação com os fundamentos do mercado, pois o Brasil colhe uma grande safra. “No entanto, existe uma percepção, principalmente de fazendeiros brasileiros, de que a produtividade das lavouras não é tão boa em algumas regiões produtoras”. Nesse sentido, não se tem observado vendas agressivas em escala de alta dos preços futuros.


Sul de Minas vende saca a R$ 258 A comercialização de café no mercado interno segue em evolução, sustentada pela alta dos contratos futuros em Nova York. “Mas não demanda intensa de exportador”, informa um corretor de Santos (SP). O vendedor está na expectativa de melhores preços, que ficaram praticamente inalterados em relação ao dia anterior.


Conforme a fonte, já existe consenso entre os produtores de que a colheita da safra vai se estender ao longo de todo o mês de setembro, principalmente nas áreas de elevada altitude da zona da mata e no sul de Minas. “Os trabalhos no campo não devem terminar antes da primeira quinzena de outubro”, diz o corretor.


O comentário na praça de Santos é que a Cooperativa dos Cafeicultores de Três Pontas (Cocatrel), no sul de Minas, teria vendido cerca de 2 mil sacas de 60 kg de café tipo 6, bebida dura para melhor, bica corrida, com 16% de catação, a R$ 258 a saca. O produto fino, com 12% de catação, teria oferta de comprador a R$ 265 a saca, mas não houve vendedor interessado.


O valor à vista em reais do indicador do café Arábica calculado pela Esalq ficou ontem em R$ 258,61/saca (+0,19%). Em dólar, o valor ficou em US$ 159,44/saca (+0,75%). A prazo, a cotação ficou em R$ 260,09/saca (+0,19%).


O leilão de CPR (aviso 13.740), realizado ontem pelo Banco do Brasil, teve oferta de 10 lotes. Nenhum deles foi negociado.


Levantamento preliminar do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) mostra que os embarques de grãos verdes em agosto, até ontem, alcançavam 1.544.521 sacas, em alta de 11,7%, em relação ao observado no mesmo período do mês anterior. Em julho foram embarcadas 1.756.226 sacas. Este mês, até ontem, foram emitidos certificados de origem de 1.916.175 sacas, resultado 18,5% maior em comparação com o mesmo período do mês anterior.


Representantes das principais cooperativas de café do País estiveram reunidos ontem à tarde em São Paulo. O encontro foi realizado para discutir mecanismos de financiamento da safra 2008, segundo o presidente do presidente do Conselho Nacional do Café (CNC), Gilson Ximenes.


A reunião serviu para discutir os leilões de Prêmio Equalizador Pago ao Produtor (Pepro), além de um novo tipo de financiamento para escoar a grande safra deste ano, com maior prazo para pagamento, e a viabilidade de realização de leilões de opção de venda de café ao governo.


Segundo Ximenes, o resultado das discussões será apresentado ao governo na próxima reunião do Conselho Deliberativo de Política Cafeeira (CDPC), marcada para o dia 4 de setembro (quinta-feira da semana que vem), a partir das 14h30, na sala de reunião do Ministério da Agricultura, em Brasília.


Editoria: AGRO
 

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