Sobram mestres nas lavouras do ES

Por: Hoje em dia

NAIRO ALMÉRI
26/08/2008
 
Sobram mestres nas lavouras do ES
 
 
O Espírito Santo está entre os menores estados da federação. Mas turbinado pelos bilhões de dólares dos investimentos da Petrobras, Cia. Vale do Rio Doce (CVRD), Samarco, ArcelorMittal, Aracruz Celulose e de outros grupos. Essa atração é amparada por uma plataforma de exportação diversificada, graças à excelente infra-estrutura de logística ferroviária e marítima.


O cenário mantém um caixa suficiente para que o Governo do Estado faça planejamentos de longo prazo, principalmente no setor agropecuário, no qual pretende ser forte, com destaque no plantio e comércio de frutas para 2025.


«Apesar disso (muito menor em território), nosso orçamento é 50% do orçamento da Bahia», diz, orgulhoso, o secretário de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aqüicultura e Pesca, César Roberto Colnago, que começou o ano com R$ 178 milhões – dentro do orçamento estadual de R$ 10,8 bilhões. Na Bahia, do orçamento estadual de R$ 19,030 bilhões, a Secretaria da Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária foi contemplada com R$ 311,9 milhões.


O estado baiano tem área territorial de 634 mil quilômetros quadrados (km2), contra 46.184 km2, para o capixaba.


A lavoura capixaba – mesmo excluindo o café, do qual é segundo produtor (10,522 milhões sacas), depois de Minas Gerais (22,9 milhões – Conab/maio de 2008) – é mais expressiva em resultados que a pecuária (incluindo bovinos, eqüinos, ovinos, suínos e aves), conforme os últimos dados oficiais definitivos (ano fiscal de 2006), para 63 culturas temporárias e permanentes, investigadas pela Produção Agrícola Municipal (PAM), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).


Pelo levantamento do PAM, o município capixaba de Jaguaré, com 19 mil hectares plantados, colheu, em 2006, 36.480 sacas de café (1.920 kg/ha), um salto de 12,6% sobre 2005 em sacas beneficiadas. A safra estadual desse produto é avaliada em R$ 118,569 milhões, 1,4% do valor nacional. Em primeiro apareceu Três Pontas (MG), com 32.400 hectares plantados e safra de 36.936 sacas (1.140 kg/ha), aumento de 28,3% em sacas beneficiadas. A safra de café do município mineiro foi fixada em R$ 135,186 milhões, também 1,4% da produção nacional.


Mas o Espírito Santo também tem posições destacadas nas estatísticas do mamão, do qual a Bahia é líder (914.679 t de mamão, 48,2% do total nacional). O município de Pinheiros tem a liderança nessa cultura, com 438 mil t – 23,1% do total nacional – e maior produtividade, de 120 mil kg/ha. A boa colocação capixaba segue pelo coco-da-baía maracujá e outros itens, passando pela pimenta-do-reino.


Na pimenta, o ES é segundo produtor nacional, com 7,6 mil toneladas, em 2007, colhidas em lavouras com 2,1 mil hectares. O município de São Mateus é o maior produtor do país e concentra 70% do plantio no estado.


A pujança da agricultura capixaba (dentro da proporcionalidade do estado) está presente em ações tocadas em 64 (excluídos os três agroflorestais) dos 78 municípios e tem como pilar o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), destaque pelo nível de instrução de seu pessoal. Em 2007, no concurso sobre Aplicação de Ciência e Tecnologia, o Incaper ficou em 2º lugar – atrás da Embrapa (1º) e à frente da USP (3º).


“Isto que passo a vocês tem um porquê. Não é uma publicação simplesmente para o Governo do Espírito Santo regar o umbigo”, disse César Colnago, ao entregar aos jornalistas uma publicação, de 283 páginas, da versão 2008 do «Plano Estratégico de Desenvolvimento da Agricultura Capixaba – Novo Pedeag 2007-2025», que é revisado a cada quatro anos.
 
 
 

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