A colheita de café da safra brasileira 2008/09 está em 60% do total a ser produzido, até 22 de julho. O número faz parte do levantamento semanal de SAFRAS & Mercado para a evolução da colheita da safra nova. A colheita continua bem atrasada em relação a igual período do ano passado, quando 76% da safra 2007/08 estava colhida nesta época. Na semana anterior, a colheita era indicada em 54%.
Tomando por base a estimativa de SAFRAS para a produção de café do Brasil em 2008/09, de 50,4 milhões de sacas de 60 quilos, é apontado que foram colhidas 30,3 milhões de sacas.
Segundo o analista de SAFRAS, Gil Barabach, os trabalhos seguem atrasados em torno de um mês no país. Há problemas de escassez e custos elevados de mão-de-obra, com destaque para o sul de Minas Gerais, entre outras regiões, como Zona da Mata mineira e cerrrado de MG. Barabach alerta que pelo atraso na colheita, “há perigo da safra atual encavalar com a florada”, o que é uma ameaça para a safra futura. No entanto, a colheita agora está mais intensa, apesar de problemas localizados.
Enquanto isso, o Brasil encerrou a temporada 2007/08, de julho de 2007 a junho de 2008, com exportações totais de café no acumulado de 27,245 milhões de sacas de 60 quilos, tendo queda de 7% no comparativo com a temporada fechada de 2006/07, que foi de 29,351 milhões de sacas. Os dados são da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
A receita com os embarques no acumulado fechado de 2007/08 no Brasil foi de US$ 4,103 bilhões, apresentando aumento de 11% na comparação com igual período de 2006/07 (US$ 3,703 bilhões).
Em junho de 2008, os embarques totais foram de 1,933 milhões de sacas, com queda de 10% sobre junho de 2007 (2,151 milhões de sacas). A receita total em junho foi de US$ 313,0 milhões, com aumento de 11% sobre junho de 2007 (US$ 283,2 milhões).
O mercado internacional segue atento às notícias sobre as operações de Pepro (Prêmio Equalizador Pago ao Produtor) no Brasil, que deverão mesmo sair em setembro.
As entidades representativas do setor cafeeiro devem encaminhar sugestões para o Pepro (Prêmio Equalizador Pago ao Produtor) do Café e a reformulação dos grupos temáticos do Conselho Deliberativo da Política do Café (CDPC) até dia 4 de agosto. A expectativa é de que o projeto final do Pepro seja apresentado na próxima reunião do CDPC, prevista para meados de agosto. O leilão do Pepro deverá ocorrer no mês de setembro, segundo informações do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
A segunda edição do Pepro do Café foi discutida, nesta quinta-feira (24), em Brasília, durante encontro do secretário-executivo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Silas Brasileiro, com membros do setor produtivo do café. “Devemos estabelecer como referência o preço de R$ 300 a saca de café e estamos discutindo o valor do prêmio, que poderá ser de 25 ou 30 reais. Ao todo, o investimento será de R$ 300 milhões. O objetivo é incentivar a participação de mais produtores, visto que este é um programa social do governo”, enfatizou.
A necessidade da implementação de georreferenciamento para o café também foi debatida na reunião. “Com isso, vamos saber qual o tamanho da área que produz café no Brasil e quantos pés temos deste produto para, assim, planejarmos o volume que devemos produzir para o abastecimento dos mercados interno e externo”, ressaltou Brasileiro. (LC)