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A produção de café do Brasil deve passar por duas temporadas de baixo uso de fertilizantes, depois do preço do insumo ter praticamente dobrado no último ano, disse o presidente da Cooxupé.
“Desde setembro passado o preço subiu 70% a 100%, dependendo do que você está plantando”, disse Carlos Alberto Paulino da Costa, presidente da cooperativa.
Segundo ele, os produtores devem usar menos fertilizante após a alta do preço do gás natural, matéria-prima para os componentes de nitrogênio, mas explicou que as consequências não serão sentidas antes da temporada 2010/11.
“Os produtores vão usar menos. Isso vai reduzir o uso de fertilizantes, mas não vai afetar a safra 2008/09. Afetará a de 2010/11”, disse ele, explicando que existe nutrientes residuais suficiente no solo para manter a produção para o ano que vem.
Os custos dos fertilizantes de potássio e fosfato também subiram devido à forte demanda. Muitos dos setores agrícolas do Brasil, especialmente grãos, têm tido problemas com os altos custos dos fertilizantes, apesar dos preços recordes dos grãos.
Em 2010/11 a safra de café atingirá seu pico do ciclo bienal, depois de acontecer o mesmo neste ano, quando a produção deve chegar a 50 milhões ou mais de sacas de 60 kg, ante 34 milhões no ano passado. Mas a produção pode decepcionar se o uso de fertilizante cair como Costa espera.
Produtores de café de Minas Gerais, onde metade do café brasileiro é produzido, dizem que estão pagando muito mais agora não apenas pelos fertilizantes, mas também pela mão-de-obra.