Uma tese polêmica foi levantada, ontem, em palestra na Associação Comercial do Rio de Janeiro, pelo coordenador geral de logística da Secretaria Especial de Portos (SEP), João Aparício dos Reis Costa, ao declarar, com todas as letras, que o Governo não aceita a proliferação de novos portos por toda a costa brasileira. No seu entendimento, um empresário não pode simplesmente comprar um terreno e querer fazer no local um porto, como se fosse um estabelecimento comercial ou industrial, porque tal empreendimento exige acesso terrestre e marítimo, área logística, instalação de órgãos federais, como alfândega, saúde e segurança. E alfinetou, diante de um auditório surpreso: “Não pode um José, João ou Eike querer fazer um superterminal onde desejar”.
A declaração – tida como clara alusão ao projeto de Eike Batista, do grupo EBX-MMX, de criar um grande porto em Peruíbe (SP)- foi feita durante evento da Universidade Corporativa Mar & Portos, em reunião presidida por Milton Tito, diretor do Sindicato de Agentes Marítimos do Rio. Para sustentar sua tese, Reis Costa citou que, em quase todos os portos, as cargas se chocam com a estrutura urbana, provocando grande impacto para as comunidades, como ocorre em Santos, Rio e inúmeras cidades