ECONOMIA
29/05/2008
O escritório do Centro de Pesquisa Mokiti Okada em Londrina dá assistência técnica para quem quer iniciar na agricultura orgânica. Segundo o representante da instituição, Gilberto Shingo, são atendidos em média cinco produtores interessados por mês. Ele desconhece a existência de produtores certificados em Londrina, mas informa que há vários deles que adotam os métodos, porém, sem certificação. Em todo o Estado, segundo a Emater, apenas 50% dos produtores têm algum tipo de certificação.
‘‘Esses (sem certificação) acabam fazendo a função social de atender a demanda. Eles consideram que seu objetivo foi atingido. Quem acredita, compra’’, diz Shingo. Mas por que o mercado ainda não se aqueceu em Londrina? ‘‘Há um tempo atrás, muitos entraram na produção orgânica achando que fosse melhor financeiramente e deixando a questão da saúde em segundo plano. Muitos faliram, ficaram revoltados. Em primeiro lugar tem que vir a filosofia’’.
O produtor Sebastião Paulino Proscêncio, de Ibiporã, cultiva orgânicos há dez anos e não tem interesse em certificar sua produção de hortaliças, cujo carro-chefe é a alface de cinco tipos diferentes. Ele diz que o custo e a burocracia não compensam. ‘‘O pessoal confia em mim’’, diz ele, que entrega a produção na Ceasa e em dois pontos de venda em Cambé pelo mesmo preço dos produtos convencionais. ‘‘Compensa porque vendo muito. Só de alface são doze mil pés por semana. Na minha produção, economizo entre 30% a 35% não utilizando agrotóxicos’’.
A Associação dos Produtores Orgânicos da Região de Londrina (Apol), sediada em Uraí, conta com 20 integrantes, cujos produtos levam o selo da certificadora suíça IMO Control. Os principais produtos são a soja e o milho, seguidos pelo café, pelo trigo e pelas hortaliças e frutas.
Segundo o coordenador administrativo da Apol, Valdemir José Batista, a produção de 800 toneladas anuais de soja e milho é exportada, alcançando preço 50% mais caro no primeiro caso e 20% no segundo em relação aos grãos convencionais. As hortaliças (não há números fechados da produção, mas a área plantada é de 40 hectares) abastecem principalmente os mercados de Curitiba e São Paulo – apenas 10% da produção chega a Londrina. (G.M.)