MERCADO DE CAFÉ ORDENADO GERA OTIMISMO

Por: Por Fábio Rübenich, do Guarujá/SP

SAFRAS (22)  O diretor-geral do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), Guilherme Braga, apresentou o painel “Perspectivas Gerais do Café do Brasil”, dentro do 17o Seminário Internacional de Café de Santos, que esá sendo realizado no Guarujá, no litoral de São Paulo. Braga traçou um cenário otimista para a cafeicultura brasileira. Entre os fatores que justificam o sentimento positivo, estão a safra ordenada em termos mundiais, a menor
oscilação da produção brasileira e também a nova postura do cafeicultor, que está fazendo uso de mecanismos modernos de comercialização.


Para o diretor do Cecafé, a volatilidade no volume de produção do Brasil está ficando menor nos últimos anos, “O que é positivo para mantermos uma regularidade no nosso fluxo de exportação, e conseqüentemente nossa fatia do mercado mundial”. Em 2002, o “market share” do Brasil nas exportações foi de 31,7%, e a estimativa para 2008 é de 29,9%. “Vejam que o Brasil mantém sua fatia, apesar das oscilações nos volumes de produção a cada ano”, frisou Braga.


Além disso, a estratificação da oferta mundial de café beneficia o Brasil, pois as pequenas perdas de participação dos últimos seis anos não foram substituídas por cafés de países concorrentes. “Atualmente, não há nenhuma indicação de aumentos expressivos nas safras cafeeiras em outros países”, comentou.

Sobre o ordenamento da oferta, Braga salientou que desde que a Cédula do Produto Rural (CPR) foi criada, em 1994, os cafeicultores brasileiros já negociaram antecipadamente de 12 a 15 milhões de sacas através desse mecanismo, “o que é extremamente positivo, pois ordena a oferta no mercado interno e evita aquelas grandes variações de produção que enfrentávamos no passado”.
 
Braga comentou também sobre as diferenças nas estimativas sobre a produção brasileira em 2008, que ficar  entre 45,5 milhões de sacas, conforme a estimativa oficial do governo, a 54,5 milhões de sacas, levando em conta projeções do setor privado (tradings e exportadoras). “Essas diferenças, não só no número de produção, mas como também nos estoques, não serão capazes de trazerem uma maior pressão sobre o mercado, pois de uma forma ou de outra ele
continuará ordenado”, frisou.

Nos últimos 10 anos, as exportações de café brasileiras acompanharam a evolução do tamanho da produção. Na safra 1997/98, os embarques haviam totalizado 14,6 milhões de sacas, devendo saltar para 28,5 milhões agora em 2008. “As exportações acompanharam o aumento da produção no período, o que comprova a co-relação íntima que existe entre produção e exportação, mantendo o país como um supridor regular do mercado mundial de café”, salientou o diretor do Cecafé.A entidade está projetando que o primeiro semestre de 2008 termine com
exportações de café na ordem de 12,5 a 13 milhões de sacas, e o segundo semestre contabilizando entre 15,5 a 16 milhões de sacas, com o total acumulado do ano ficando entre 28 a 29 milhões de sacas.

Braga ainda garantiu que, em termos relativos, o produtor brasileiro de café é aquele que recebe a maior participação no preço FOB no mundo. Em 2007, o produtor de arábica recebeu US$ 127,49 FOB por saca, e o robusta US$ 102,03, conforme cálculos do Cecafé. 

Finalizando, Braga comentou sobre a redução na área cultivada do café no Brasil, que caiu de 2,6 milhões de hectares em 2003 para 2,29 milhões de hectares em 2008. A redução aconteceu por conta de um melhor aproveitamento da área, e não por substituição com outras culturas. O que eu gostaria de salientar é que temos potencial para aumentar a produtividade das lavouras. O índice médio atual, de 21,6 sacas por hectare, não é compatível com o potencial que o
produtor brasileiro possui”.

Mais Notícias

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.