Publicado em 17/04/2008
Giovani Ferreira
O Paraná já começou a colheita da safra de café. A largada foi no Noroeste do estado, onde existem lavouras com florada precoce. Dos 97,7 mil hectares em produção, até a semana passada pouco mais de 2% haviam sido colhidos. A estimativa é do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria Estadual da Agricultura (Seab), que trabalha com um potencial produtivo de 2,32 milhões de sacas, ou 139 mil toneladas. A concentração da colheita ocorre entre junho e julho.
A produção esperada é 42% superior as 98 mil toneladas da safra 2006/07. Paulo Franzine, da coordenação de café da Seab, lembra que este é um ano de safra cheia. As oscilações são normais e características do café, que um ano produz bem e outro nem tanto. Esse também é um dos motivos que deve antecipar a colheita em 20 a 30 dias no Paraná, por causa da florada dos cafezais, que ocorre mais cedo O estado ainda tem mais 7 mil hectares de café que não vão produzir neste ano.
São plantas novas ou em processo de poda. Dos quase 98 hectares em produção, 48% são de café adensado, 44% áreas tradicionais e 8% do cultivo conhecido como dobra. A diferença entre as duas primeiras opções está na população de plantas por hectare, que varia de 1,5 mil a 3,5 mil no tradicional e de 5 mil a 10 mil no sistema adensado. A dobra é um campo misto onde o café novo é plantado nas entrelinhas das lavouras antigas. Segundo Franzine, essa é uma estratégica para renovar o cafezal sem deixar de produzir.
O técnico da Seab explica que o número de plantas vai depender da variedade, do tipo de solo, da fertilidade e do tamanho da área do produtor. “O adensado é acima de 5 mil pés. Com 10 mil plantas, já é o super-adensado.” O café adensado surgiu em meados da década de 90, mas ganhou espaço a partir do ciclo 2000/01, quando uma geada derrubou a produção de 132 mil para 28 mil toneladas.