Os primeiros lotes da nova safra de café começam a chegar aos poucos ao mercado, no momento em que o Brasil se prepara para uma grande colheita após uma temporada com chuvas tardias mas volumosas, disseram fontes da indústria na quinta-feira. Cafeicultores dos Estados de Espírito Santo e Rondônia – principais regiões produtoras do café robusta – deram início à colheita manual em algumas áreas isoladas.
A safra de robusta do Brasil, menor, começa a ser colhida cerca de um mês ou dois antes da de arábica. Mas mesmo alguns grãos de arábica mais precoces da Bahia já chegaram a corretores nos últimos dias. “Vimos um pequeno lote precoce da Bahia. Era bastante verde, pequeno”, disse o corretor John Wolthers, da Comexim, em Santos. “Mas a safra está se desenvolvendo bem com toda a chuva. Deve produzir grãos grandes, bem formados”.
O início da colheita precoce já ajudou a reduzir os preços locais depois de eles terem atingido um pico no final de fevereiro. A consultoria Tendências afirmou que os preços locais do café caíram em cerca de 4,7% durante março, ante 5,9% nos mercados futuros internacionais. “O movimento é natural para esta época do ano devido à proximidade da colheita no Brasil, que começa em maio e deve ultrapassar as expectativas oficiais devido ao clima… favorável”, disse a Tendências em relatório.
O Ministério da Agricultura calculou a nova safra em 41,3 milhões a 44,2 milhões de sacas de 60 quilos em sua última estimativa, de 8 de janeiro, e o presidente da Conab, Wagner Rossi, afirmou recentemente que a próxima estimativa do governo não deve exceder muito esse intervalo.
Estimativas do setor privado calculam a nova safra em ao menos 10 milhões de sacas a mais do que a estimativa do governo. Muitos analistas reduziram suas estimativas da nova safra em outubro, depois que as chuvas da primavera chegaram tarde após uma temporada bastante seca nas principais regiões produtoras.
Desde então, a chuva tem sido de boa a excepcional, dizem especialistas, e aparentemente a safra não sofreu. “A safra parece boa”, disse o diretor-geral do Cecafé, Guilherme Braga. “Deve produzir uma safra de qualidade.
Arnaldo de Sousa