Consumo em alta, estoques baixos e agravamento do clima

Por: Escritório Carvalhaes

O aumento de preços dos alimentos entrou na pauta do FMI – Fundo Monetário Internacional e do BIRD – Banco Mundial. Frente à ameaça de inflação em países do primeiro mundo, lideres de diversas regiões colocaram a alta dos preços no centro de suas prioridades, logicamente manifestando “preocupação” com os danos causados ao programa internacional de combate à pobreza, colocando os biocombustíveis como vilões e ignorando o enfraquecimento do dólar e os estragos feitos à produção de alimentos em países pobres com os enormes subsídios e proteções comerciais para os produtores rurais da Europa e EUA. Com China e Índia necessitando de mais alimentos, devido à entrada no mercado de centenas de milhões de novos consumidores que estão conseguindo sair da miséria, estes preços vão continuar pressionados.


O que está sendo chamado de inflação é um ajuste natural à forte desvalorização do dólar e ao sucesso da política de inclusão ao mercado consumidor de centenas de milhões de pobres que comiam menos que o mínimo necessário.


Na esteira deste crescimento da demanda por alimentos, o consumo de café também aumenta, como comprovam os números divulgados esta semana pela OIC – Organização Internacional do café. Segundo a OIC, o consumo mundial deve aumentar para mais de 125 milhões de sacas em 2008 (123 milhões em 2007) enquanto a produção global deverá ficar em 126 milhões de sacas.


Sem levar em consideração o quadro de consumo em alta, estoques mundiais baixos e agravamento dos problemas climáticos com o aquecimento global, operadores no mercado futuro, derrubaram ontem (10-04) fortemente, mais uma vez, os preços do café nas bolsas de commodities, em uma disputa em torno do vencimento dos contratos de opção para maio, que expirou hoje. Rolagem de posições de maio para junho, boatos requentados sobre o tamanho da próxima safra brasileira e ordens automáticas de venda, acionadas enquanto os preços caiam, aumentaram as perdas.


No próximo dia 16 haverá leilão de estoques oficiais de café, Aviso de Venda nº. 02.378 onde serão ofertadas apenas 8.605 sacas de café.


Até o dia 10, os embarques de abril estavam em 594.773 sacas de café arábica e 53.429 sacas de café conillon, somando 648.202 sacas de café verde, contra 722.225 sacas no mesmo dia de março. Também no dia 10, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em abril totalizavam 747.755 sacas, contra 906.118 sacas no mesmo dia do mês anterior.


A bolsa de Nova Iorque – ICE, em uma semana (do fechamento do dia 3, quinta-feira, até o fechamento de ontem), subiu nos contratos para entrega em maio próximo, 45 pontos ou US$ 5,95(R$ 10,03) por saca. Em reais por saca, as cotações para entrega em maio próximo na ICE fecharam no dia 3, a R$ 298,21/saca e ontem, dia 10, a R$ 293,66/saca. Hoje, nos contratos para entrega em maio, a bolsa de Nova Iorque fechou com baixa de 90 pontos.

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