14/12/2007 – A
produção nacional de café beneficiado da safra 2007/08 fechou em 33,7 milhões de
sacas de 60 quilos. O número faz parte da 4ª e última pesquisa da cultura
divulgada nesta sexta-feira (14) pela Conab, órgão vinculado ao Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Desse total, 69,6% (23,5 milhões de
sacas) são da variedade arábica e 30,4% (10,3 milhões de sacas) do tipo robusta
ou conilon.
A quantidade é 20,6% (8,8 milhões de sacas) menor que à
produção do ciclo anterior. A diferença se deve à bienualidade negativa da
cultura (que provoca menor produtividade), à estiagem ocorrida no período da
floração e ao excesso de chuvas entre dezembro/06 e janeiro/07, que propiciou o
aparecimento de pragas e doenças, prejudicando a plantação.
A maior
colheita é verificada em Minas Gerais, responsável por 15,5 milhões de sacas, o
que equivale a 45,9% do total no país. O estado é o maior produtor de café
arábica. O Espírito Santo vem em segundo lugar, com 9,6 milhões de sacas,
correspondendo a 28,4% da safra nacional. É o maior plantador do tipo
robusta.
Área – A área total cultivada foi de 2,3 milhões de hectares.
Desses, 91,5% (2,1 milhões ha) estão em produção e 8,5% (192,6 mil ha) em
formação. A colheita já está encerrada em todos os estados produtores, como
Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo e Bahia.
O levantamento de campo,
realizado no período de 3 a 7 de dezembro, mobilizou cerca de 190 técnicos da
estatal e de órgãos conveniados. Foram aplicados cerca de 2.750 questionários
junto a produtores, cooperativas e representantes de órgãos públicos e privados.
No período de 03 a 07/12/2007, os
técnicos da CONAB e das instituições com as quais mantêm parceria visitaram
municípios produtores de café em Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Bahia,
Paraná, Rondônia e Rio de Janeiro, para efetuar o quarto levantamento da safra
de café 2007/2008.
A safra nacional de café fechou com uma produção de
33,7 milhões de sacas de café beneficiado. Desse total, 69,6% (23,5 milhões de
sacas) são de arábica e 30,4% (10,3 milhões de sacas) são de robusta. Quando
comparada à safra anterior (42,5 milhões de sacas de café beneficiado),
verifica-se uma redução de 20,6% (8,8 milhões de sacas). A referida
retração deve-se, principalmente, à bienualidade negativa da cultura, e às
condições climáticas adversas, como a estiagem ocorrida entre março e
setembro, que afetou a floração das lavouras, e ao excesso de chuvas nos
meses de dezembro 2006 e janeiro de 2007, que propiciou o aparecimento de pragas
e doenças e prejudicou o combate às mesmas.
A área cultivada com café na
atual safra foi de 2,3 milhões de hectares. Desse total, 91,5%, (2,1 milhões de
hectares) estão em produção e os 8,5% (192,6 mil hectares) restantes estão em
formação.
Comparando ao levantamento anterior, observa-se um
incremento de 3,4% na produção, que passou de 32,3 para 33,7 milhões de sacas
beneficiadas. Esse aumento ocorreu em função de ajustes na área em produção
e, principalmente, na produtividade do Sul de Minas e Zona da Mata
Mineira.
2. AVALIAÇÃO POR ESTADO
2.1
– MINAS GERAIS
O Estado é o maior produtor nacional de café, com
uma produção de 15,5 milhões de sacas, o equivalente a 45,9% da produção
nacional. Quando comparada à safra passada, verifica-se uma redução de 29,6%
(6,5 milhões de sacas), redução essa provocada basicamente pela bienualidade
negativa da cultura. Desse total, 44,1% (6,8 milhões de sacas) são produzidas
nas regiões Sul e Centro-Oeste, 19,8% (3,1 milhões de sacas), no Cerrado Mineiro
– nas regiões do Triângulo, Alto Paranaíba e Noroeste, e os 36,1% (5,6 milhões
de sacas) restantes, na Zona da Mata – nas regiões de Jequitinhonha, Mucuri, Rio
Doce, Central e Norte.
A área cultivada é de 1,1 milhão de hectares, dos
quais 88,5% (1,0 milhão de hectares) estão em produção e 11,5% (131,5 mil
hectares) em formação. A colheita ocorreu entre abril e setembro com
concentração nos meses de junho e julho.
As condições climáticas foram
consideradas favoráveis para o desenvolvimento das lavouras e formação dos
grãos. De meados de setembro/06 a fevereiro/07 ocorreram chuvas freqüentes nas
regiões produtoras de café do Estado, prejudicando em algumas localidades, a
adoção de tratos culturais como adubação e aplicação de defensivos. A partir da
segunda quinzena de fevereiro, as condições climáticas se caracterizaram pela
escassez e irregularidade das chuvas, temperaturas elevadas e baixa umidade
relativa do ar. Entretanto, a ausência de chuvas durante o período da colheita
favoreceu os trabalhos de secagem e beneficiamento dos grãos, bem como a
melhoria da qualidade do produto.
2.2 – ESPIRITO
SANTO
O Estado é o segundo maior produtor brasileiro, com uma
produção de 9,6 milhões de sacas de café beneficiado, participando da produção
nacional com 28,4%. Desse total, 21,0% (2,0 milhões de sacas) são de arábica e
79,0% (7,6 milhões de sacas) são de robusta.
Quando comparada à safra
anterior (9,0 milhões de sacas), verifica-se um incremento de 6,4% (574,0 mil
sacas). Esse aumento deve-se basicamente aos bons tratos culturais, envolvendo
adubações, podas, desbrotas e controle de ervas daninhas, à renovação de
lavouras com variedades com maior potencial produtivo (Conilon Vitória) e ao uso
mais acentuado de tecnologias, inclusive irrigação. As lavouras tiveram um
grande vigor e Avaliação da Safra Agrícola Cafeeira 2007/2008 – Quarta
Estimativa– Dezembro/2007 4 apresentaram um bom enfolhamento, contribuindo
assim, para a boa formação e enchimento de grãos, com reflexo positivo na
produção.
O Espírito Santo produz 73,7% (7,6 milhões de sacas) da
produção nacional de café robusta, destacando-se como o maior produtor dessa
variedade de café.
A área cultivada é de 494,6 mil hectares, dos quais
4,7% (23,2 mil hectares) estão em formação e 95,3% (471,4 mil hectares) em
produção.
A colheita encontra-se encerrada, sendo que a concentração da
mesma ocorreu nos meses de maio e junho.
As condições climáticas
favoreceram a cultura, sendo que a concentração das chuvas ocorreu no período de
novembro/06 a fevereiro/07, reduzindo-se entre maio e junho. A temperatura média
no Estado permaneceu alta (acima de 20ºC), no período de janeiro a abril.
A partir de maio, registraram-se temperaturas mais baixas
(menos que 20ºC), principalmente nas Regiões Sul e Centro Serrano. A partir de
outubro, a temperatura em todo Estado voltou a subir, com registros acima de
22ºC.
Nas Regiões Sul e Centro Serrano, onde predomina o café arábica, a
precipitação média nos meses de janeiro a outubro ficou abaixo da média
histórica. No entanto, as chuvas de janeiro a abril foram suficientes para as
plantas acumularem reservas e, a baixa precipitação no período entre maio e
julho, não comprometeu a atual safra.
2.3 – SÃO
PAULO
Estima-se uma produção de 2,6 milhões de sacas de café
beneficiado inferior à safra passada em 41,1% (1,8 milhões de sacas). Essa
retração é fruto da bienualidade negativa, da estiagem acentuada entre março e
setembro de 2006, do excesso de chuvas em dezembro de 2006 e janeiro de 2007,
das podas drásticas (recepa) aliadas à redução da área em produção de 20,5%
(43,4 mil hectares), que está situada basicamente na Região Noroeste do Estado,
onde predominam os pequenos cafeicultores, sendo que, essa área foi ocupada por
outras culturas.
2.4 – BAHIA
A produção é de 1,8
milhão de sacas de café beneficiado. Desse total, 71,8% (1,3 milhão de sacas )
são de café arábica e 28,2% (516,8 mil sacas) são de café robusta.
Quando
comparada à safra anterior (2,3 milhões de sacas), verifica-se uma redução de
18,6% ( 419,6 mil sacas).
Avaliação da Safra Agrícola Cafeeira 2007/2008
– Quarta Estimativa– Dezembro/2007 5 Do total produzido na Bahia, a região do
cerrado, oeste baiano, produziu 21,0% (384,3 mil sacas de café beneficiadas –
arábica); a do Atlântico 28,2% (516,9 mil sacas de café robusta); a do Planalto
(tradicionais) com 50,8% (930,2 mil sacas de café arábica).
A referida
redução na produção foi motivada pela menor ocorrência de floradas tardias, que
normalmente acontecem nas áreas de maior altitude, produtoras de arábica,
situadas nas regiões da Chapada Diamantina e Planalto de Vitória da Conquista,
com o baixo pegamento da florada e rendimento dos grãos colhidos na região do
Cerrado no Oeste do Estado, devido à ocorrência de altas temperaturas no período
aliada a podas drásticas das lavouras dessa região.
A região produtora do
Robusta (Conillon), situada na faixa litorânea, além da ocorrência das boas
condições climáticas, apresentou uma maior aplicação de insumos, influenciadas
pelo preço do café no mercado e praticamente se manteve estável, apresentando
uma pequena queda de rendimento.
2.5 – PARANÁ
A
produção colhida foi de 1,6 milhão de sacas de café beneficiadas, sendo 27,8% (
626 mil sacas) inferior à safra anterior (2,3 milhões de sacas de café arábica).
Esta redução se deu especialmente devido ao volume de precipitações terem ficado
abaixo da média normal no período de formação de frutos.
Ocorreram
pequenos ajustes na área em produção, por conta do aumento de lavouras que foram
manejadas com podas, especialmente cultivadas no sistema adensado e que não
tiveram produção nesta safra.
2.6 – RONDÔNIA
A
produção é de 1,5 milhão de sacas de café beneficiado (100% robusta), superior à
da safra anterior em 17,3% (218,9 mil sacas). O Estado participa com 4,4% da
produção nacional de café e destaca-se como o 2º maior produtor de café robusta
do País. A produtividade média é de 9,67 sacas/ha, significando crescimento
24,5%, quando comparado com a safra anterior. A colheita ocorreu no período de
março a agosto.
Na atual safra os produtores utilizaram tecnologias e
práticas culturais mais adequadas, como o controle de pragas e doenças, calagem,
adubação, irrigação, desbrota, as quais têm possibilitando a obtenção de
elevadas produtividades e um produto de melhor qualidade.