Produtores estão aliviados e Cepea calcula, agora, uma safra maior do que a anterior, que foi de 32,6 milhões de sacas
Tomas Okuda, do Estadão
SÃO PAULO – A volta de chuvas regulares nas regiões de café tem sido um alívio para os produtores, depois de longo período de estiagem. As floradas nos cafezais ocorreram de modo satisfatório, mas o clima ainda é preocupante no norte do Espírito Santo, região produtora de conillon (robusta).
Naquela área a florada ocorreu mais cedo, mas não foi seguida de chuvas abundantes. O resultado é que o abortamento das flores pode ter sido expressivo, comprometendo a produção do ano que vem.
Os pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) consideram que a próxima safra 2008/2009 deverá ser maior do que a atual (32,6 milhões de sacas de 60 quilos), já que a temporada 2007/2008 teve uma carga pequena de café.
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) promete divulgar a primeira estimativa para a safra 2008/2009, que começa a ser colhida a partir de abril do próximo ano.
Quanto à comercialização no mercado interno, corretores informam que as vendas estão paradas. Os preços caíram por causa da chegada das chuvas e não estariam cobrindo os custos de produção. Os cafeicultores reclamam, ainda, que o câmbio prejudica os negócios.
REAL E DÓLAR
O real fortalecido em relação ao dólar reduz a competitividade do café brasileiro no exterior. Os seguidos feriados também contribuem para afastar o interesse na comercialização. Como a safra deste ano é pequena, comenta-se que vendedores continuarão retraídos à espera de preço melhor.
No mercado externo, os preços têm se sustentado basicamente pelo dólar fraco, que tem atraído muitos investidores para o mercado de commodities.
No entanto, o cenário é baixista, com a entrada da safra do Vietnã no mercado. Além disso, o estoque de café certificado na ICE Futures de Nova York sobe gradativamente.