Minas Gerais organiza banco de germoplasma de café

Responsável pela produção de cerca da metade da safra brasileira de café, Minas Gerais tem investido fortemente em pesquisa, difusão e conhecimento sobre a cultura. Desde maio de 2004, projeto desenvolvido sob a coordenação de Antônio Alves Pereira, pesquisador da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG), organiza amplo Banco Ativo de Germoplasma de Café, instalado na Fazenda Experimental de Patrocínio, na região do Alto Paranaíba. O projeto, financiado pela Fundação de Apoio à Pesquisa de Minas Gerais (FAPEMIG), contou com a colaboração de uma equipe de melhorista de café de renomadas instituições de ensino e pesquisa.


O banco de germoplasma representa o reservatório de variabilidade genética natural, potencial e indispensável para os programas de melhoramento das espécies cultivadas. Constitui uma coleção ex situ de recursos genéticos do gênero Coffea coletados em instituições públicas, empresas privadas e em lavouras particulares nos Estados de Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Espírito Santo. Os cafeeiros amostrados apresentavam idades variadas, merecendo destaque especial para as seleções de Bourbon, onde houve coleta de sementes em cafeeiros com idades superiores a 150 anos.


O banco implantado conta com 1327 acessos e apresenta uma grande variabilidade genética constituída de fontes de resistência à ferrugem, aos nematóides, ao bicho mineiro, à antracnose e a muitas outras pragas e doenças do cafeeiro. Ainda há acessos com diferentes portes e arquiteturas de plantas, que poderão ser úteis para o desenvolvimento de cultivares com características adequadas aos tipos de colheita mecânica e manual.


Entre acessos portadores de características de qualidade de bebida destacam-se os de Bourbon Vermelho e Bourbon Amarelo, de Blue Mountain, de Típica, introduções etíopes, de Caturra Vermelho e Caturra Amarelo e de híbridos dessas seleções com fontes de resistência do Híbrido de Timor e de introduções indianas. A exploração da variabilidade para a qualidade de bebida superior permitirá a obtenção de cultivares para produção de cafés com fragrâncias diferenciadas, atualmente exigidas pelos consumidores de café.


De acordo com o coordenador do projeto, o acervo gênico conservado no banco de germoplasma de café do Estado de Minas Gerais representa uma importante matéria prima para os programas de melhoramento do cafeeiro, possibilitando à obtenção de cultivares portadores de características genéticas capazes de garantir a permanente competitividade e sustentabilidade da cafeicultura mineira e brasileira. Além disso, a EPAMIG também investe em capital humano, com a recente contratação, por meio de concurso público, de três novos melhoristas para compor e fortalecer o Programa Café de Minas Gerais.


Para Gabriel Bartholo, gerente geral da Embrapa Café, a conservação de recursos genéticos e a obtenção de genótipos superiores, disponibilizados em cultivares portadoras de características especiais de elevado valor agronômico, são base para uma cafeicultura pujante como tradicionalmente se desenvolve em Minas Gerais.


Fonte: Embrapa Café
www.embrapa.br/cafe

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