Belo Horizonte, 21 – O superintendente de Informações do Agronegócio da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Airton Camargo, afirmou hoje, durante palestra no Festcafé, que o órgão tem se empenhado para melhorar a qualidade dos dados dos levantamentos de safra de café, com o desenvolvimento de novas metodologias. Para atingir esse objetivo, ele ressalta que existe uma orientação dos Ministérios da Agricultura e do Planejamento para que a companhia se aproxime do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e utilize a nova base de dados proveniente do Censo Agropecuário, que está sendo realizado pelo Instituto, para minimizar possíveis divergências.
Na semana passada, durante o 15º Encontro Nacional da Indústria do Café (Encafé), o secretário de Produção e Agroenergia do Ministério da Agricultura, Manoel Bertone, apontou uma incoerência entre os dados da oferta e demanda de café no Brasil. De acordo com ele, o cálculo sobre a produção, consumo interno, exportação e níveis de estoque mostra uma diferença de 10 milhões de sacas de 60 quilos nos níveis de estoque. “Essa crítica vem de algum tempo e no caso do café tem havido mais divergências”, disse Camargo. O órgão realiza quatro levantamentos da safra de café por ano. Além disso, a intenção é manter a estimativa sobre o volume de estoques privados, ao contrário das críticas de alguns representantes do setor produtivo, que são contrários à divulgação destes números.
O superintendente ressaltou que o novo Censo Agropecuário, cujos resultados deverão ser divulgados no próximo ano, trará informações mais precisas sobre a área plantada de café no Brasil. A grande dificuldade enfrentada hoje pela Companhia é que o último censo é de 1996. “Precisamos juntar estas duas forças para obter resultados mais eficientes”, disse.
<b>Outros Instrumentos</b> Durante a apresentação, Camargo lembrou que a Conab vem desenvolvendo outros instrumentos como o mapeamento de áreas plantadas de café em produção por satélites, o projeto Geosafras. A Companhia já está com o levantamento praticamente concluído em Minas Gerais, maior Estado produtor, com 95% da área mapeada por satélite. Paralelamente estão sendo realizados levantamentos nos Estados de São Paulo e do Espírito Santo. Ele reiterou que apenas, para o café, o orçamento para estes levantamentos chega a R$ 600 mil por ano. A Conab já colocou em campo alguns dos técnicos que farão a coleta de dados do último Levantamento da Safra 2007/2008 e a primeira estimativa do ciclo 2008/2009. Apenas em Minas Gerais, o trabalho de campo envolverá 10 técnicos que irão visitar 102 municípios produtores, que representam 52% da produção no Estado, já a partir da próxima semana. Os dados devem ser divulgados em meados do mês de dezembro. O Festcafé, evento destinado a aproximar compradores e vendedores, termina amanhã em Belo Horizonte.